Preços do cacau atingem os US$10 000/ tonelada métrica pela primeira vez
Os preços do cacau atingiram um recorde na terça-feira, 26/03, com os constrangimentos da oferta a fazerem subir os preços.
Os futuros para entrega em Maio subiram 3,9%, para US$ 10.030 por tonelada métrica, marcando a primeira vez que a mercadoria ultrapassa a marca dos US$ 10.000. O cacau tem estado em alta este ano, subindo quase 138%.
As condições climáticas difíceis e as doenças afectaram a produção na África Ocidental, que produz cerca de 70% do cacau mundial. Os dois maiores produtores, a Costa do Marfim e o Gana, foram recentemente afectados por uma combinação de chuvas fortes, calor seco e doenças.
No final do ano passado, as fortes chuvas e a propagação da doença da vagem negra nos dois países afectaram a agricultura, de acordo com um relatório de Novembro da Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês). As más condições das estradas também dificultaram o transporte dos grãos disponíveis para o porto, de acordo com o relatório.
“Uma vez que estes dois principais países produtores fornecem cerca de dois terços das amêndoas de cacau a nível mundial, qualquer alteração na sua produção tende a ter um impacto significativo no mercado do cacau”, afirmou a ICCO.
As chegadas aos portos da Costa do Marfim e do Gana diminuíram 28% e 35%, respectivamente, desde o início da época, em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com um relatório da ICCO de Fevereiro.
A Hershey previu um crescimento estável dos lucros para o ano devido ao aumento dos preços do cacau. A empresa registou um lucro líquido de US$ 349 milhões no quarto trimestre, uma diminuição de cerca de 12% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“Quando olhamos para os preços recordes do cacau, é certamente um mercado dinâmico e um desafio, mas já vivemos a volatilidade do mercado e a flutuação dos custos dos factores de produção”, disse a CEO da Hershey, Michele Buck, à CNBC em Fevereiro.
“Temos uma boa estratégia de cobertura e temos uma boa visibilidade dos preços desses factores de produção até 2024”, disse ela.
