Remessas de emigrantes reduziram 1,6% em 2020

0
747

Apesar do contexto de incerteza associado a pandemia da COVID-19, os fluxos de remessas para os países de baixo e médio rendimento mantiveram-se resilientes em 2020, tendo registado uma redução de cerca 1,6%, para USD 540 mil milhões de dólares, contra os USD 548 mil milhões registados em 2019, revelam dados publicados recentemente pelo Banco Mundial (BM).

Em um Sumário sobre a Migração e Desenvolvimento, O Banco Mundial revela que os principais impulsionadores da resiliência dos fluxos compreendem os estímulos fiscais que resultaram em condições económicas melhores do que o esperado nos países de acolhimento, um maior uso da moeda digital e a mudança de canais informais para canais formais, e movimentos cíclicos nos preços do petróleo e nas taxas de câmbio.

Tendo como referência o dólar americano, a Índia, China, México, Filipinas e Egipto aparecem como os cinco maiores destinatários de remessas em 2020. Paralelamente, os Estados Unidos foram o maior país de origem dos fluxos de remessas, seguidos pelo Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, e a Federação Russa.

Entre as regiões, os fluxos de remessas para a América Latina e Caraíbas registaram um crescimento significativo, cerca de 6,5%. No Sul da Ásia, os fluxos cresceram moderadamente, em torno de 5,2%, enquanto que os fluxos para o Médio Oriente e Norte de África cresceram apenas 2,3%. Contrariamente,  os fluxos para a Europa e para a Ásia Central reduziram 9,7%, para Ásia Oriental e o Pacífico em 7,9%, e para a África Subsaariana em 12,5%.

A queda substancial dos fluxos para a África Subsaariana em cerca de 12,5%, para USD 42 mil milhões, contra os USD 48 mil milhões registados em 2019, deveu-se quase inteiramente a uma queda de 27,7% nos fluxos de remessas para a Nigéria, que, por si só, representavam mais de 40% dos fluxos de remessas para a região, avança a fonte.

Segundo os dados divulgados, excluindo a Nigéria, os fluxos de remessas para a África Subsariana aumentaram 2,3%. O crescimento das remessas foi registado na Zâmbia (37%), Moçambique (16%), Quénia (9%) e Gana (5%).

O custo médio global de envio de 200 dólares manteve-se elevado em 6,5% no quarto trimestre de 2020, mais do dobro da meta de 3%, estabelecida nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Os custos médios de remessa foram os mais baixos no sul da Ásia (4,9%), enquanto a África Subsaariana continuou a ter o custo médio mais elevado (8,2%).

Numa análise prospectiva, o BM estima que as remessas para os países de baixo e médio rendimento registem um crescimento de 2,6% para USD 553 mil milhões em 2021 e 2,2% para USD 565 mil milhões em 2022. Relativamente a África Subsaariana, prevê-se que os fluxos de remessas para a região aumentem 2,6% para USD 43 mil milhões, apoiados pela melhoria das perspetivas de crescimento nos países de elevado rendimento.

[popup_anything id=”4505″] 

SUBSCREVA O.ECONÓMICO REPORT
Aceito que a minha informação pessoal seja transferida para MailChimp ( mais informação )
Subscreva O.Económico Report e fique a par do essencial e relevante sobre a dinâmica da economia e das empresas em Moçambique
Não gostamos de spam. O seu endereço de correio electrónico não será vendido ou partilhado com mais ninguém.