A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) manifestou a sua determinação em assumir um papel mais assertivo na resolução da crise política e de segurança que se seguiu às eleições gerais de 7 de Outubro em Moçambique. A posição foi reiterada durante a Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da Troika do Órgão da SADC, realizada virtualmente no último sábado.

O encontro, presidido pela estadista tanzaniana Samia Hassan, líder do Órgão de Cooperação nas Áreas de Política, Defesa e Segurança da SADC, colocou a situação moçambicana no centro da agenda. Hassan destacou que os acontecimentos em Moçambique têm impacto directo no tecido socioeconómico de toda a região, alertando que a SADC não pode permanecer indiferente à crise.

Impactos regionais e prioridades

O Presidente cessante do Órgão, Hakainde Hichilema, da Zâmbia, enfatizou que a instabilidade política e de segurança em Moçambique prejudica não só o povo moçambicano, mas também sectores estratégicos da região, como a produção de energia e o transporte de bens e pessoas. Hichilema apelou à necessidade de uma acção colectiva que promova a segurança e a cooperação regionais.

Presidente da Zâmbia Hakainde Hichilema

A cimeira instruiu o Comité Interestatal de Defesa e Segurança a formular medidas que assegurem a protecção das rotas comerciais, corredores humanitários e infraestruturas de energia. Simultaneamente, foi mandatado o Painel de Anciãos da SADC, apoiado por representantes do Malawi, Zâmbia e Tanzânia, a dialogar com o Governo de Moçambique e líderes da oposição sobre o ambiente pós-eleitoral. Um relatório deverá ser apresentado até 15 de Janeiro de 2025.

Solidariedade regional e esforços de cooperação

O Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi, reafirmou a solidariedade da região para com o povo moçambicano, sublinhando a importância da unidade e cooperação para restaurar a paz e promover o desenvolvimento. “A estabilidade em Moçambique é vital para a prosperidade de toda a região da SADC”, declarou.

Secretário Executivo da SADC, Elias Magosi

A Cimeira também destacou o papel crucial de diálogo inclusivo para alcançar uma paz duradoura. Nancy Tempo, ministra dos Negócios Estrangeiros do Malawi, representando o futuro Presidente do Órgão, Lazarus Chakwera, reconheceu os esforços liderados por Samia Hassan na galvanização de iniciativas regionais para a resolução da crise.

Próximos passos

Com o mandato renovado e as acções propostas, a SADC espera promover uma solução que garanta estabilidade em Moçambique e proteja os interesses regionais. O envolvimento de líderes regionais e o foco na cooperação demonstram o compromisso da organização com a segurança e a prosperidade da África Austral.

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