
Salim Valá alerta para riscos de retrocessos e defende inteligência artificial como oportunidade e desafio para o futuro do País
- Moçambique Lança Relatório De Desenvolvimento Humano 2025
- O Relatório de Desenvolvimento Humano 2025 (RDH2025) foi lançado em Maputo, sob o tema “Uma Questão de Escolha: Pessoas e Possibilidades na Era da Inteligência Artificial”;
- Moçambique apresenta um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,493, ocupando a posição 182 entre 193 países, com ligeira melhoria em relação ao ano anterior;
- O documento alerta para riscos de estagnação global, retrocessos em saúde, educação e rendimento desde 2020, e crescentes desigualdades entre países;
- O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, sublinhou que o impacto da IA dependerá das escolhas políticas e sociais, podendo ampliar liberdades ou aprofundar desigualdades;
- O Governo moçambicano reafirmou as metas da ENDE 2025–2044 e do PQG 2025–2029, incluindo a redução da pobreza multidimensional de 65% para menos de 28% até 2044, e o aumento do acesso à energia para 88% até 2029.
Moçambique lançou, ontem, o Relatório de Desenvolvimento Humano 2025, numa cerimónia realizada na Universidade Pedagógica de Maputo, em que o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, destacou a inteligência artificial como uma das forças transformadoras do futuro, mas alertou para os riscos de aprofundamento das desigualdades caso não sejam feitas escolhas políticas estratégicas e inclusivas.
O relatório, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), coloca Moçambique no grupo de baixo desenvolvimento humano, com um IDH de 0,493, situando o país na posição 182 de um total de 193 países. Apesar da ligeira melhoria face ao ano anterior, os indicadores continuam a reflectir desafios estruturais persistentes, como a pobreza multidimensional, que ainda afecta mais de 60% da população.
Segundo Valá, o relatório “funciona como um espelho e um farol: reflecte os desafios globais e nacionais, mas aponta também caminhos possíveis para a inclusão, a inovação e o fortalecimento das capacidades humanas”.
Entre os aspectos positivos, o documento destaca a melhoria da esperança de vida, os progressos na escolarização e os avanços no acesso a energia e água potável. O Ministro salientou que o acesso à energia passou de apenas 6,6% em 1997 para 60,1% em 2024, com a projecção de atingir 88% até 2029.
Contudo, o relatório alerta para retrocessos globais no desenvolvimento humano desde 2020, devido à pandemia e a crises sobrepostas, e para o aumento da desigualdade entre países ricos e pobres.



A edição de 2025 tem como eixo central o papel da Inteligência Artificial (IA), que o relatório classifica como a “nova electricidade”. Para Valá, o futuro dependerá de como os países moldarem a tecnologia: “A IA pode ampliar o potencial humano e criar novas oportunidades, mas também pode acentuar desigualdades e fragilizar a autonomia humana, se não for regulada com intencionalidade e justiça.”
O Ministro reafirmou que o Governo está comprometido com as metas da Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE 2025–2044) e do Programa Quinquenal do Governo (PQG 2025–2029), que incluem a redução da pobreza de 65% para 62,2% até 2029 e para menos de 28% até 2044, a diminuição da taxa de analfabetismo de 38% para 19% até 2044, o aumento do acesso a cuidados de saúde para 78,5% no mesmo horizonte temporal, bem como a redução da desnutrição crónica infantil de 37% para 19%. O governante destacou ainda que a ambição é elevar o PIB per capita dos actuais 662 dólares para mais de 2.100 dólares até 2044, um salto estrutural que permitirá melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
“O verdadeiro desenvolvimento não se mede apenas com números — mede-se na esperança que conseguimos despertar em cada cidadão”, concluiu o Ministro.
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