
Subsector da castanha de caju debate-se com a certificação
O subsector do caju desempenha um papel preponderante para o desenvolvimento económico do país na medida em que é fonte de rendimento directa ou indirecta para cerca de 1.4 milhões de famílias rurais, gerando actividade económica para pequenas, médias e grandes empresas (formais e informais).
Depois de um período menos gracioso, que culminou com a paralisação de praticamente todo o parque industrial do caju nos anos 90, segundo o Director Nacional do INCAJU, Ilídio Bande, o país conta com 17 unidades de processamento grande, pequena e média escala, com um total de cerca de 17.000 trabalhadores permanentes, maioritariamente mulheres, e com uma capacidade instalada acima de 100.000 toneladas por ano, sendo a explorada cerca de 85.000 toneladas.
Entretanto, apenas 18% do valor agregado na cadeia de valor, que se estende desde o produtor moçambicano até o consumidor no estrangeiro é realizado no país.

Ilídio Bande – Director Nacional do INCAJU
Esta situação deve-se, entre outros factores, ao baixo nível de certificação dos produtos, torrefacção e o empacotamento para o consumo final.
“A certificação nos mercados internacionais é um processo longo e complexo, mas também incontornável nos dias de hoje sobretudo para um produto como o caju”, referiu Bande.
Ilídio Bande revelou igualmente que apenas uma empresa a nível nacional tem os seus produtos certificados para aceder aos mercados internacionais. Neste sentido, o INCAJU em parceria com o INNOQ está a elaborar um programa visando certificar outras empresas que actuam no subsector.
Refira-se que na campanha 2018/19 a castanha de caju foi transacionada ao preço médio de 43,64 MT/Kg. Em termos de volume de exportações globais (castanha e amêndoa) na campanha 2018/19 a receita atingiu USD 70 milhões contra USD 114 milhões da campanha 2017/18, correspondendo a uma redução de 38,6%.


















