
Terceiro trimestre marcado pela retracção da actividade empresarial
Após a recuperação tímida verificada no segundo trimestre de 2021, a actividade empresarial registou uma deterioração ao longo do terceiro trimestre, devido ao aperto das medidas restritivas adoptadas no âmbito da contenção a propagação da COVID-19, revelam informações da V Edição do Índice de Robustez Empresarial, apresentado esta terça-feira (02/11) pela Confederação das Associações Económicas – CTA.
O Índice de Robustez Empresarial (IRE), que avalia o desempenho do sector empresarial, registou uma retracção no III Trimestre de 2021 face ao II Trimestre, passando de 29% para 26%, correspondente a uma queda de 3p.p. Revertendo os ganhos da recuperação em 1p.p registada na transição do primeiro para o segundo trimestre quando o IRE melhorou de 28% para 29%.
Numa comparação regional do desempenho do sector empresarial, através do Índice de Robustez Empresarial provincial, uma das inovações da 5ª edição do Relatório, os dados indicam que, enquanto a região Sul e Centro do País registaram uma queda de 3 pontos do IRE, de 0,29 para 0,26 pontos, a região norte registou um redução de apenas 1 ponto, ao sair de 0,27 para 0,26.
Analisando a evolução das principais variáveis de desempenho, os dados apontam para uma deterioração face ao segundo trimestre de 2021. Os prejuízos das empresas aumentaram em 43% com a tendência de redução das receitas em 1,5% e aumento dos custos em 3,9%, devido, fundamentalmente, ao aperto das medidas restritivas no âmbito do Estado de Calamidade Pública, a crise da cadeia de abastecimento global e o aumento do salário mínimo e depreciação cambial.
Reflectindo a tendência de queda da actividade empresarial, o recém introduzido Índice de Tendências de Emprego apresentou uma deterioração na transição do segundo para o terceiro trimestre, de 111.24 para 106.46, representando uma queda de 4.74 pontos. Refira-se que a tendência geral de queda resultou, essencialmente, do comportamento de deterioração registado nas províncias de Maputo, Inhambane e Nampula, sendo que as restantes sete províncias experimentaram uma tendência de melhoria.
No cômputo geral, o ambiente macroeconómico registou uma deterioração entre o segundo e o terceiro trimestre, tendo registado uma queda em 3pp, de 50% para 47%, “devido à depreciação do cambial e aceleração da inflação, num contexto de manutenção das taxas de juros de crédito”.
_São optimistas as perspectivas sobre o desempenho empresarial
Numa análise prospectiva, a CTA avança que é expectável uma melhoria do desempenho empresarial ao longo do quarto trimestre de 2021, “devido ao alívio das medidas restritivas de combate à pandemia da COVID-19 que poderão contribuir para a retoma do funcionamento da máquina empresarial”.
Embora reconheça que o alívio das medidas recentemente anunciado possa contribuir positivamente para o desempenho empresarial, a CTA defende a adopção de medidas excepcionais em sectores gravemente afectados pelas restrições, sobretudo o ramo da Hotelaria e Restauração. Trata-se, essencialmente, de medidas sobre o uso de praias e o aumento do número de pessoas nos eventos sociais