
Tomás Matola: “A HCB Deve Tornar-se Uma das Maiores Produtoras de Energia de África”
Destaques
- PCA aponta contribuições económicas, impacto dos fenómenos climáticos e ambições de expansão no horizonte 2025–2034;
- HCB contribuiu com 115 mil milhões de meticais ao Estado desde 2007;
- Produção energética caiu para 10,3 GWh devido à seca mais severa em 40 anos
- Investimentos em reabilitação e expansão preveem 4.000 MW até 2034;
- Empresa assegura taxa de retorno atractiva para investidores, com 9,3% em 2024
Durante a abertura da Conferência Internacional que assinala os 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), o Presidente do Conselho de Administração, Tomás Matola, apresentou um balanço económico robusto, apontou os desafios impostos pela crise climática e lançou as bases para uma nova fase de crescimento, sustentada pela reabilitação do parque electroprodutor e pela diversificação da matriz energética.
Matola começou por destacar a contribuição financeira directa da HCB para a economia nacional: entre 2007 e 2024, a empresa entregou ao Estado cerca de 115 mil milhões de meticais em impostos e taxas, o equivalente a 1,8 mil milhões de dólares. Só nos últimos dois anos, esse montante ascendeu a 37 mil milhões de meticais, o que representa mais de 30% do total pós-reversão. Este desempenho valeu à empresa o reconhecimento da Autoridade Tributária como o maior contribuinte em 2024.
Contudo, o líder da HCB advertiu para os efeitos severos da seca prolongada na Bacia do Zambeze, classificada como a pior em mais de 40 anos. “Não é um problema de gestão, é um fenómeno natural”, esclareceu. A produção foi reduzida para 10,3 GWh com o objectivo de garantir a sustentabilidade da barragem e preservar um nível de armazenamento de água que permita continuar a gerar energia até ao início da próxima época chuvosa, mesmo sem precipitações relevantes.
Graças à utilização de modelos científicos e tecnologia de ponta, a empresa tem conseguido ajustar os volumes de produção de forma precisa, evitando rupturas no fornecimento aos seus principais clientes: a EDM (Moçambique), a ZESA (Zimbabué) e a NTCSE (África do Sul). “Nunca deixámos de fornecer energia”, reforçou Matola, assinalando que, apesar da redução da produção, a empresa encerrou 2024 com resultados positivos e confortáveis.
No plano do investimento, o PCA detalhou os projectos de reabilitação em curso, que incluem a modernização da central de geração, da subestação de Songo e de Matambo, bem como das linhas de transporte de energia. Em paralelo, estão em fase de desenvolvimento os projectos de expansão da capacidade instalada: a nova central centro-norte de Cahora Bassa (com 245 MW) e uma central solar fotovoltaica de 400 MW, além de iniciativas nas áreas da energia eólica e térmica a gás.
A ambição é clara: atingir 4.000 MW até 2034, transformando a HCB numa das maiores produtoras de energia do continente africano e posicionando Moçambique como uma potência energética regional. “Temos os recursos e temos a visão”, declarou.
Do ponto de vista do investidor, Matola assinalou que a HCB tem mantido uma rentabilidade atractiva. Em 2024, a taxa de retorno com base nos dividendos foi de 9,3%, superando a remuneração de produtos financeiros tradicionais, como depósitos bancários. Esta performance reforça o posicionamento da empresa como activo financeiro sólido e competitivo.
A concluir, Matola sublinhou que a celebração dos 50 anos da HCB deve ser mais do que um marco histórico. Deve ser um momento de reflexão estratégica sobre o futuro da energia em Moçambique e na África Austral, colocando as centrais hidroeléctricas no centro da transição energética e da segurança de abastecimento.
Governo Suspende Todas as Licenças Minerais em Manica
1 de Outubro, 2025
Mais notícias
-
Empresas moçambicanas prospectam oportunidades no Qatar
16 de Setembro, 2024 -
Empresas moçambicanas encaixaram no último ano US$ 29,4 milhões da Sasol
14 de Outubro, 2022
Sobre Nós
O Económico assegura a sua eficácia mediante a consolidação de uma marca única e distinta, cujo valor é a sua capacidade de gerar e disseminar conteúdos informativos e formativos de especialidade económica em termos tais que estes se traduzem em mais-valias para quem recebe, acompanha e absorve as informações veiculadas nos diferentes meios do projecto. Portanto, o Económico apresenta valências importantes para os objectivos institucionais e de negócios das empresas.
últimas notícias
Mais Acessados
-
Economia Informal: um problema ou uma solução?
16 de Agosto, 2019 -
LAM REDUZ PREÇO DE PASSAGENS EM 30%
25 de Maio, 2023