TotalEnergies Prepara Retoma Do Mozambique LNG

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Multinacional Caminha a Passos Largos Para Levantar “Força Maior”

Após quatro anos de suspensão devido à insegurança em Cabo Delgado, a empresa acelera preparativos para relançar o maior projecto de GNL em terra em África.

Questões-Chave:
  • Cláusula de “força maior” accionada em 2021 poderá ser levantada nas próximas semanas;
  • Obras de engenharia do projecto em Afungi estão 90% concluídas;
  • Investimento total de USD 20 mil milhões, considerado o maior em África na área de liquefacção em terra;
  • TotalEnergies mantém estratégia de responsabilidade social, com entrega de estradas, escolas e electrificação de comunidades;
  • Retoma poderá gerar milhares de empregos e consolidar Moçambique como exportador global de GNL.

A TotalEnergies prepara-se para anunciar, em breve, o levantamento da cláusula de “força maior” que suspendeu o megaprojecto de gás natural liquefeito (GNL) em Afungi, Cabo Delgado, desde 2021. O reinício das operações é aguardado como um marco histórico para a economia moçambicana e para o reposicionamento do país como um dos principais fornecedores mundiais de energia.O Director-Geral da TotalEnergies em Moçambique, Maxime Rabilloud, confirmou no último sábado (06), em Palma, que a empresa está a ultimar detalhes para o reinício do Mozambique LNG, avaliado em USD 20 mil milhões. A declaração foi feita durante a entrega de uma estrada de 1,7 km em Senga, orçada em USD 2,6 milhões, que beneficia comunidades reassentadas na zona de Quitunda.

“Estamos a nos preparar para levantar a força maior. Estamos a trabalhar duro para o reinício do projecto”, afirmou Rabilloud, acrescentando que a complexidade logística poderá alterar ligeiramente a previsão inicial do presidente da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, que esperava a retoma formal ainda em meados deste mês.

Segundo o gestor, as obras de engenharia do projecto já estão 90% concluídas, incluindo componentes críticos para a instalação da unidade de liquefacção. “As turbinas estão em construção fora do país e começarão a chegar logo após o levantamento da força maior”, explicou.

O projecto inclui ainda a construção de uma base logística marítima em Afungi, desenhada para receber navios de grande porte, essenciais ao transporte de equipamentos industriais pesados. A infra-estrutura é considerada estratégica para transformar Moçambique num dos maiores exportadores mundiais de gás natural liquefeito.

Durante quatro anos de paralisação, a TotalEnergies procurou manter presença no terreno através de investimentos sociais, incluindo estradas, electrificação de aldeias, escolas e centros de saúde. “Vocês são de Palma e estão a testemunhar os projectos sociais que a TotalEnergies está a desenvolver. Isso é um sinal claro de que estamos próximos da retoma”, declarou Rabilloud, sublinhando a importância do envolvimento comunitário.

O reinício das operações decorre sob forte esquema de segurança, garantido por forças moçambicanas e pelo contingente ruandês, recentemente reforçado após a visita do Presidente Daniel Chapo a Kigali. Equipamentos e máquinas já operam dentro do perímetro do projecto, indicando que a multinacional avança mesmo antes da confirmação oficial.

O Mozambique LNG é o maior projecto de liquefacção em terra de África e a sua retoma promete transformar o panorama económico do país. Estima-se a criação de milhares de empregos directos e indirectos, dinamização das cadeias de fornecimento locais e aumento significativo das receitas fiscais e de exportação.

A aguardada confirmação do levantamento da “força maior” será um momento decisivo para Moçambique, simbolizando o regresso da confiança dos investidores e o início de uma nova etapa de desenvolvimento económico e social para Cabo Delgado e para o país.

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