TotalEnergies Projecta Arranque do GNL em Moçambique para 2029

0
143

Após quatro anos de suspensão devido à insegurança em Cabo Delgado, a multinacional francesa reafirma o compromisso com o megaprojecto Mozambique LNG, embora adie o inicio da  produção para 2029.

Questões-Chave

  • O projecto Mozambique LNG, avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares, permanece suspenso desde 2021 sob cláusula de força maior;
  • O CEO Patrick Pouyanné afirmou que a produção de gás natural liquefeito deverá iniciar em 2029, dois anos mais tarde do que o previsto anteriormente;
  • A decisão depende do levantamento da suspensão, de um plano de desenvolvimento revisto e do reforço da segurança em Cabo Delgado;
  • Financiamento internacional e questões de direitos humanos continuam a pesar sobre o avanço do projecto.

A TotalEnergies anunciou que prevê arrancar a produção de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique em 2029, adiando assim o calendário inicialmente definido. O anúncio reforça a aposta da companhia no megaprojecto da Área 1, mas também reflecte os desafios de segurança e de financiamento que continuam a condicionar a execução do empreendimento.

O Presidente Executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, assegurou em declarações à CNBC Africa e à Reuters que o arranque do projecto Mozambique LNG está agora projectado para 2029. A empresa francesa lidera o consórcio responsável pela exploração dos campos Golfinho e Atum, na Bacia do Rovuma, e pela construção de uma unidade de liquefação com capacidade estimada em 13,1 milhões de toneladas por ano.

Presidente Executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné
Presidente Executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné

Desde Abril de 2021, o projecto encontra-se em situação de força maior após os ataques armados em Palma, na província de Cabo Delgado. A multinacional sublinha que a prioridade continua a ser o restabelecimento da segurança, sendo essa a condição para o levantamento da suspensão. O CEO da companhia declarou ao Club of Mozambique que espera ver a força maior levantada “muito rapidamente”, abrindo espaço para a retoma efectiva.

Entretanto, a Ecofin Agency recorda que inicialmente se previa a retoma já em 2025, mas a revisão do calendário empurra a produção para 2029, com impactos significativos no fluxo de receitas fiscais e cambiais para Moçambique.

O investimento total, na ordem dos 20 mil milhões de dólares, depende do engajamento de bancos internacionais, agências de crédito à exportação e investidores institucionais. Fontes da Financial Times e da Reuters assinalam que o consórcio terá de rever o orçamento e negociar novas condições de financiamento para viabilizar o projecto.

Do ponto de vista social e ambiental, a retomada continua a suscitar controvérsia. O Le Monde descreve o empreendimento como “controverso”, sublinhando as críticas relacionadas com deslocamentos populacionais, impacto ambiental e respeito pelos direitos humanos em zonas afectadas pela violência insurgente.

Apesar das incertezas, o anúncio da TotalEnergies é recebido como sinal de confiança no potencial da indústria de gás moçambicana. A expectativa é que, com o reforço da segurança e o alinhamento entre Governo e parceiros internacionais, Moçambique possa tornar-se um dos maiores exportadores mundiais de GNL na próxima década

SUBSCREVA O.ECONÓMICO REPORT
Aceito que a minha informação pessoal seja transferida para MailChimp ( mais informação )
Subscreva O.Económico Report e fique a par do essencial e relevante sobre a dinâmica da economia e das empresas em Moçambique
Não gostamos de spam. O seu endereço de correio electrónico não será vendido ou partilhado com mais ninguém.