Transição Verde em África: Retórica ou Realidade?

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Desafios Climáticos e Transição Energética

África enfrenta desafios significativos decorrentes das mudanças climáticas, pandemias e conflitos geopolíticos. Uma transição energética justa é crucial para o desenvolvimento sustentável do continente. Com 45% do potencial técnico mundial em energia renovável, África está em uma posição privilegiada para liderar em tecnologias verdes. No entanto, a questão permanece: até que ponto esses recursos estão sendo efetivamente aproveitados?

Oportunidades de Investimento: Potencial Subaproveitado

A transição verde oferece vastas oportunidades de investimento. No entanto, a atração desses investimentos exige um ambiente favorável, que atualmente é comprometido por fluxos financeiros ilícitos, corrupção e governança fraca. Para aproveitar plenamente essas oportunidades, os países africanos precisam implementar reformas profundas que promovam transparência e accountability. Sem isso, o potencial de crescimento sustentável e inclusivo pode continuar a ser apenas uma promessa não cumprida.

Reformas Estruturais: Necessidade Urgente

Para utilizar eficazmente seu capital natural, a África precisa de ações políticas estratégicas e reformas estruturais. Combater a corrupção e melhorar a governança são passos fundamentais. A retenção e utilização de recursos domésticos para investimentos produtivos podem ajudar a alcançar um crescimento inclusivo e reduzir a dependência de ajuda externa. No entanto, essas reformas enfrentam resistência política e desafios de implementação, colocando em questão a capacidade dos líderes africanos de realizar a transformação necessária.

Uma chamada de atenção 

O Prof. Kevin Urama, Economista-Chefe do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) faz um apelo por uma mudança de mentalidade, acreditando na capacidade da África de conduzir seu próprio desenvolvimento. A optimização dos recursos existentes e a implementação de reformas adequadas são essenciais para romper o ciclo de dependência. Essa visão, alinhada às prioridades estratégicas do BAD e à Agenda 2063 da União Africana, é fundamental para criar a África que queremos. Mas será que os líderes africanos estão prontos para responder a essa chamado à acção?

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