
Transportes e Logística Assumem Papel Central na Nova Matriz Económica de Moçambique – João Matlombe
- O sector de transportes e logística é visto como motor da industrialização e diversificação económica;
- Governo prioriza corredores logísticos, portos e aeroportos como plataformas regionais estratégicas;
- Transporte público urbano e rural surge como eixo de inclusão económica e social;
- Financiamento inovador e PPPs serão explorados para modernização da rede rodoviária;
- Segurança rodoviária é tratada como questão crítica de eficiência económica;
- Empresariado nacional é chamado a assumir protagonismo na transformação do sector.
Na abertura do I Conselho Coordenador do Ministério dos Transportes e Logística, o Ministro João Jorge Matlombe defendeu que o sector deve transformar-se num verdadeiro pilar da economia moçambicana, capaz de dinamizar a produção, atrair investimento e consolidar a integração regional. No discurso sublinhou corredores, portos, aeroportos e transporte público como prioridades estratégicas para garantir competitividade e inclusão.
João Jorge Matlombe, afirmou que “fazer do transporte e logística um motor de desenvolvimento sustentável e inclusivo” é a ambição colectiva que deve guiar o sector nesta fase decisiva para a economia moçambicana.
No seu discurso de abertura, destacou que os corredores logísticos (Maputo, Beira, Nacala e outros) representam a maior oportunidade de Moçambique para se afirmar como plataforma regional de integração e transformação económica. Estes eixos não devem ser vistos apenas como infraestruturas de transporte, mas como motores de industrialização, comércio e cooperação regional.
Ao nível da infraestrutura estratégica, Matlombe realçou a necessidade de consolidar o Porto da Beira como plataforma regional e de afirmar o Aeroporto de Nacala como centro logístico da indústria de petróleo e gás, em articulação com o crescimento da zona norte.
Outro ponto forte foi a aposta no transporte público urbano e rural, apresentado como essencial para a inclusão económica. O Ministro assegurou que todos os distritos rurais terão transporte misto regular neste quinquénio, ao mesmo tempo que será implementado o sistema BRT em Maputo e ampliada a cobertura ferroviária de passageiros na área metropolitana.
No sector rodoviário, reconheceu-se o peso das limitações financeiras e foi anunciado que modelos de financiamento inovadores e parcerias público-privadas serão explorados para modernizar e manter a rede nacional, sobretudo as estradas rurais que ligam zonas de produção aos mercados.
O Ministro foi particularmente incisivo em relação à segurança rodoviária, classificando a situação como “grave e crítica”. Afirmou que mais de 75% dos acidentes resultam de falhas humanas, mas criticou a ineficácia institucional, exigindo rigor na aplicação das normas já aprovadas e apontando para a digitalização de serviços e fiscalização no INATRO.
Ao abordar o sector da aviação civil, sublinhou a necessidade de regulação mais eficaz das tarifas e maior organização para garantir um mercado competitivo, justo e acessível aos moçambicanos.
Finalmente, Matlombe reforçou a visão de que não há independência económica sem um empresariado nacional forte. Defendeu que cabe ao sector dos transportes e logística “estimular, proteger e dar prioridade às empresas moçambicanas”, assegurando que as oportunidades criadas beneficiem em primeiro lugar o tecido empresarial nacional.
O I Conselho Coordenador foi, assim, apresentado como mais do que um exercício de balanço: um espaço de reforma institucional, mudança de atitude e aceleração da economia nacional, onde o sector de transportes e logística se posiciona como elemento central da nova matriz económica de Moçambique.