
UE Aceita Tarifa Universal de Trump Mas Exige Isenções em Sectores Estratégicos
Questões-Chave:
- Bruxelas aceita tarifa universal de 10% sobre exportações para os EUA, com condições;
- União Europeia exige redução de tarifas em sectores como farmacêuticos, aeronáutica, semicondutores e bebidas alcoólicas;
- Negociações incluem quotas e isenções sobre automóveis, aço e alumínio;
- UE prepara medidas de retaliação que podem ascender a €116 mil milhões se não houver acordo até 9 de Julho;
- Trump mantém postura agressiva e ameaça aplicar tarifas unilaterais caso não haja acordos bilaterais.
A União Europeia sinalizou abertura para aceitar uma tarifa universal de 10% imposta pelos EUA às suas exportações, desde que sejam garantidas contrapartidas em sectores-chave. A medida surge no contexto das negociações comerciais tensas com a Administração Trump, com um prazo limite auto-imposto para 9 de Julho.
Segundo a agência Bloomberg, a União Europeia está disposta a assinar um acordo com os Estados Unidos que estabeleça uma tarifa uniforme de 10% sobre uma vasta gama de exportações europeias, mas exige isenções específicas para sectores estratégicos como farmacêuticos, semicondutores, bebidas alcoólicas e aeronáutica civil.
Além disso, Bruxelas está a pressionar Washington por quotas e isenções adicionais para reduzir tarifas actualmente em vigor, nomeadamente os 25% sobre automóveis e componentes e os 50% sobre aço e alumínio — sectores altamente sensíveis na economia europeia, com destaque para países como Alemanha, França e Itália.
“O acordo proposto favorece, no imediato, os EUA, mas é considerado aceitável por Bruxelas se forem salvaguardadas as áreas críticas da indústria europeia”, indicam fontes próximas das negociações.
Risco de escalada tarifária
A Comissão Europeia tem até 9 de Julho para chegar a um entendimento com a Casa Branca, data a partir da qual entrará em vigor a tarifa de 50% sobre quase todas as exportações europeias para os EUA, caso não haja acordo bilateral.
Comércio automóvel e de metais representa um volume significativo:
- Em 2024, as exportações de veículos e componentes automóveis da UE para os EUA totalizaram €52,8 mil milhões;
- Já o comércio de aço e alumínio ascendeu a €24 mil milhões, segundo o Vienna Institute for International Economic Studies.
Se as negociações falharem, a UE está preparada para retaliar com tarifas já aprovadas sobre produtos norte-americanos no valor de €21 mil milhões, incluindo produtos sensíveis como soja da Louisiana, carne de aves e motociclos, com potencial extensão para bens industriais e aeronaves norte-americanas, o que totalizaria €116 mil milhões em medidas de resposta.
Quatro cenários em cima da mesa
Bruxelas considera quatro possibilidades até 9 de Julho:
- Acordo com assimetria aceitável;
- Proposta inaceitável por parte dos EUA;
- Prolongamento das negociações após o prazo;
- Ruptura e imposição unilateral de tarifas por Trump.
“O nível de assimetria que a UE estará disposta a aceitar dependerá do equilíbrio final do acordo”, informou uma fonte à Bloomberg.
Diplomacia intensificada e questões não-tarifárias
Esta semana, o Vice-Presidente da Comissão Europeia, Maroš Šefčovič, lidera uma delegação a Washington, procurando desbloquear as negociações. O pacote negocial aborda tarifas, barreiras não-tarifárias, compras estratégicas e cooperação em sectores como GNL e inteligência artificial.
A UE também propôs a simplificação de procedimentos alfandegários, uma iniciativa destinada a resolver entraves não-tarifários que afectam o comércio transatlântico.
No entanto, a credibilidade do compromisso norte-americano é colocada em causa pelas declarações ambíguas de Trump, que tem alternado entre sinais de flexibilidade e ameaças de ruptura. Recentemente, Trump anunciou que não prorrogaria a “pausa tarifária” para países recalcitrantes, e deu início a notificações unilaterais com novas tarifas, como no caso do Japão.
À medida que se aproxima o prazo de 9 de Julho, o comércio transatlântico está em ponto de ebulição. A aceitação condicional da tarifa universal por parte da UE revela uma tentativa de preservar o acesso ao mercado norte-americano, mas também deixa claro que Bruxelas não aceitará um acordo desequilibrado sem salvaguardas claras para sectores críticos. A escalada tarifária permanece uma ameaça real — e as consequências para o comércio global poderão ser profundas.
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