Visabeira, EDM E HCB Criam Nova Empresa De Engenharia E Reforçam Parceria Estratégica Na Transição Energética

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A Soluções Eléctricas Globais nasce com capital luso-moçambicano e ambição regional e internacional, num movimento consolidado durante a VI Cimeira Portugal–Moçambique, no Porto.

Questões-Chave:
  • Visabeira, EDM e HCB formalizam parceria público-privada para criar a Soluções Eléctricas Globais (SEG);
  • Nova empresa terá 40% de capital Visabeira e 25% para cada uma das estatais moçambicanas, com 10% reservados a pequenos subscritores;
  • Objectivo é prestar serviços de engenharia eléctrica em Moçambique, África Austral e, futuramente, na Europa;
  • Déficit de empresas de engenharia face ao boom da transição energética cria oportunidades de expansão;
  • Cimeira Portugal-Moçambique resultou ainda na assinatura de 22 instrumentos jurídicos e num acordo de cooperação entre CIP e CTA.

A VI Cimeira Portugal–Moçambique, realizada no Porto, consolidou uma nova parceria estratégica no sector energético: a criação da Soluções Eléctricas Globais (SEG), uma empresa luso-moçambicana que junta o grupo português Visabeira e as estatais moçambicanas EDM e HCB. O projecto, apresentado à margem do Fórum Empresarial, marca uma aposta conjunta na engenharia eléctrica e na expansão para mercados regionais e internacionais. 

Uma Parceria Público-Privada Para Uma Nova Etapa De Cooperação

A nova empresa, SEG – Soluções Eléctricas Globais, foi formalmente constituída durante o Fórum Empresarial Portugal-Moçambique, no Palácio da Bolsa. O acordo parassocial atribui 40% do capital à Visabeira Global, enquanto a Electricidade de Moçambique (EDM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) detêm 25% cada. Os restantes 10% serão disponibilizados a pequenos subscritores, promovendo inclusão accionista.

Segundo Fernando Daniel Nunes, vice-presidente da Visabeira, a SEG pretende ser um instrumento para projectar a bandeira de Moçambique em mercados externos, reforçando o papel do país como exportador de serviços de engenharia. 

Ambição Regional E Expansão Para A Europa

A SEG vai actuar na prestação de serviços de engenharia na área da energia, com foco inicial em Moçambique e na África Austral, mas com ambição de operar em mercados europeus. A motivação é clara: o aumento massivo de investimentos em infra-estruturas eléctricas no contexto da transição energética criou uma lacuna global de empresas especializadas capazes de responder à procura crescente.

“Face aos grandes investimentos que existem na Europa ao nível da transição energética e do reforço da infra-estrutura eléctrica, há uma lacuna de empresas para fazer face à oferta do mercado”, afirmou Nunes. A parceria surge, assim, como resposta a uma oportunidade internacional cuja escala poderá beneficiar a economia moçambicana. 

Construção De Capacidades Técnicas E Operacionais

Os próximos passos envolvem a captação e formação de quadros, de modo a permitir que a nova empresa comece a operar rapidamente. A procura por serviços de engenharia em Moçambique e na região é elevada, dada a necessidade de reforço de redes eléctricas, expansão de geração e optimização de infra-estruturas estratégicas.

A Visabeira acredita que a combinação de experiência técnica internacional com conhecimento local da EDM e HCB permitirá acelerar projectos e criar vantagens competitivas relevantes.

Cimeira Reforça Lazos Económicos E Empresariais

Além desta parceria, o Fórum Empresarial assistiu à assinatura de um acordo de cooperação entre a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). No total, 22 instrumentos jurídicos foram firmados durante a cimeira, reforçando cooperação económica, institucional e sectorial entre os dois países. 

A presença conjunta do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, conferiu peso político ao evento e sublinhou a importância estratégica do relacionamento bilateral.

Moçambique Continua A Ser Referência Para A Visabeira

Embora o principal mercado actual da Visabeira seja os Estados Unidos, o grupo continua a ver Moçambique como uma referência histórica e emocional. O peso dos negócios moçambicanos no volume consolidado diminuiu para menos de 5%, não por falta de dinamismo local, mas pelo forte crescimento noutras geografias.

Ainda assim, o fundador e accionista do grupo mantém uma ligação afectiva a Moçambique, o que ajuda a explicar o compromisso contínuo do conglomerado português no país. 

A criação da SEG confirma que a cooperação económica entre Portugal e Moçambique entra numa fase de maior integração empresarial e tecnológica, com impactos na engenharia, na energia e na capacitação de quadros. A aposta conjunta responde à procura crescente gerada pela transição energética e reforça a posição de Moçambique como actor relevante no sector eléctrico regional.

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