
WEF Alerta Para Três Bolhas Potenciais Que Podem Redefinir a Economia Mundial
O Presidente do Fórum Económico Mundial, Børge Brende, identifica riscos de sobrevalorização nos mercados de criptoactivos, inteligência artificial e dívida pública, alertando que o excesso de confiança dos investidores e o endividamento histórico dos governos podem desencadear nova instabilidade financeira global.
- O Fórum Económico Mundial alerta para três bolhas emergentes: criptoactivos, inteligência artificial e dívida pública global;
- Børge Brende considera que a confiança excessiva e a ausência de regulação sólida podem gerar “ajustes abruptos e disrupções económicas”;
- O endividamento global ultrapassa 300% do PIB mundial, atingindo níveis não vistos desde a Segunda Guerra Mundial;
- A inteligência artificial é simultaneamente uma oportunidade de produtividade e uma ameaça à estabilidade laboral e social.
O Fórum Económico Mundial (WEF) alertou para a formação de três potenciais bolhas que poderão redefinir o equilíbrio financeiro internacional. Em declarações proferidas em São Paulo, o presidente da organização, Børge Brende, apontou os mercados de criptoactivos, os investimentos em inteligência artificial e o endividamento público global como os principais focos de risco sistémico, sublinhando que o excesso de liquidez e o optimismo dos investidores estão a gerar “uma falsa sensação de segurança nos mercados”.
Cripto, Inteligência Artificial e Dívida: As Três Bolhas à Vista
Para o dirigente do WEF, a confluência de factores económicos e tecnológicos cria “um ambiente de vulnerabilidade invisível”.
“Estamos a viver um momento em que a exuberância dos mercados está a afastar-se dos fundamentos reais. O risco é que estas bolhas rebentem simultaneamente, com efeitos imprevisíveis sobre o crescimento e o emprego”, afirmou Brende.
As criptomoedas voltaram a registar valorizações expressivas em 2025, impulsionadas pelo regresso de investidores institucionais e pela crescente adopção de tokens digitais por grandes bancos e fundos de investimento. O WEF, porém, adverte que o sector permanece altamente especulativo, dependente de expectativas de curto prazo e de mecanismos de liquidez sem lastro.
Mercados em Alta e Valorações “Excessivamente Optimistas”
O relatório do Fórum sublinha que o comportamento dos mercados de acções e startups tecnológicas reflecte um “optimismo desfasado da realidade macroeconómica”.
Desde o início de 2025, os índices de tecnologia nos EUA e na Ásia subiram mais de 40 %, sustentados pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial generativa.
Contudo, segundo Brende, “há uma discrepância crescente entre as projecções de lucros e a real capacidade das empresas em gerar valor económico tangível”, o que sugere uma bolha de valoração semelhante à das dotcoms no início dos anos 2000.
A Inteligência Artificial Entre a Produtividade e a Destruição de Emprego
Embora reconheça que a inteligência artificial (IA) é um motor de inovação e produtividade, o WEF alerta para riscos laborais e sociais de grande magnitude.
O relatório estima que até 30 % das tarefas administrativas e repetitivas possam ser automatizadas até 2030, afectando milhões de empregos.
“A IA representa tanto uma promessa de eficiência quanto uma ameaça de desigualdade. Sem políticas públicas robustas, a transição digital poderá aprofundar disparidades salariais e regionais”, advertiu Brende.
O Fórum propõe reformas no ensino técnico e profissional, bem como mecanismos de adaptação laboral que garantam que o avanço tecnológico não se traduza em exclusão social.
Endividamento Público em Níveis Não Vistos Desde 1945
A terceira bolha, e talvez a mais perigosa, é a dívida pública global, que atingiu o equivalente a 307 % do PIB mundial, o nível mais elevado desde o pós-guerra.
De acordo com o WEF, a combinação de juros altos, crescimento fraco e gastos crescentes dos governos gera um risco de crise de confiança nos títulos soberanos, com possíveis repercussões nos mercados cambiais e no crédito internacional.
Brende recordou que o serviço da dívida representa já cerca de 14 % das receitas fiscais médias dos países emergentes, e advertiu que “a próxima crise financeira poderá não nascer no sector privado, mas sim no coração do Estado”.
O Futuro da Estabilidade Global em Debate
O Fórum Económico Mundial defende a criação de mecanismos multilaterais de gestão da dívida, maior regulação dos criptoactivos e regras globais para a inteligência artificial, sob pena de o sistema financeiro internacional se tornar “demasiado interligado e vulnerável para absorver choques múltiplos”.
Para Brende, o objectivo não é alarmar, mas antecipar os riscos e promover cooperação económica global.
“Se os decisores esperarem pelo rebentar das bolhas, será tarde demais. O desafio é agir enquanto há tempo para corrigir os desequilíbrios”, concluiu.
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