África Austral precisa de continuar a insistir na agenda da industrialização

• Perito africanos reunidos em Maputo com os olhos postos na implementação do AfCFTA
• Industrialização continua a ser uma importante alavanca para o crescimento, mudança estrutural e desenvolvimento económico”.

O Escritório Sub-Regional da Comissão Económica das Nações Unidas para África (ECA), para a África Austral (SRO-SA), em colaboração com o Governo de Moçambique, realizou ontem 25/10, uma reunião do Grupo de Peritos Ad-hoc (AEGM), para se debruçar sobre “Industrialização ecológica na África Austral através da Digitalização, Desenvolvimento de Infraestruturas e Integração Regional”: Alavancando a implementação do AfCFTA (zona continental do comércio livre)”.

A AEGM reuniu altos funcionários governamentais, peritos em industrialização verde dos Estados membros da SADC, representantes do Secretariado da SADC, sociedade civil, organizações profissionais, a família da ONU e pessoal do Escritório Sub-Regional para a África Austral (SRO-SA).

Eunice Kamwendo, Directora da ECA-SRO-SA, disse na abertura do encontro que que o objectivo da reunião era rever o relatório encomendado pela ECA sobre o tema, fornecer contributos de peritos, identificar lacunas e outras perspectivas a fim de acrescentar valor e enriquecer o relatório; e reforçar as recomendações políticas para informar a finalização do relatório e galvanizar as acções.

Ela observou que a África Austral precisa de continuar a insistir na agenda da industrialização uma vez que, “nenhum país se desenvolveu verdadeiramente e de forma sustentável sem passar pelo processo de industrialização. Eunice Kamwendo, disse que a industrialização continua a ser uma importante alavanca para o crescimento, mudança estrutural e desenvolvimento económico”.

O tema Industrialização ecológica na África Austral através da Digitalização, Desenvolvimento de Infraestruturas e Integração Regional”: Alavancando a implementação do AfCFTA, foi especificamente escolhido para tratar de questões actuais neste período de transição para um ambiente neutro em termos de carbono, uma vez que as economias da África Austral procuram encontrar o equilíbrio entre o crescimento económico e o mínimo de danos para o ambiente.

Nessa perspectiva, os participantes do encontro entendem que “a industrialização verde é o caminho para um futuro sustentável com empregos sustentáveis e uma pegada de carbono baixa e crescimento inclusivo.. É nesse sentido ainda que os Estados membros comprometem com esse caminho de desenvolvimento e precisam do apoio da ciência e da tecnologia para atravessar o terreno desafiante à medida que aprofundam a industrialização verde, a transformação estrutural e o desenvolvimento sustentável.

Na abertura oficial da reunião do Grupo de Peritos, Ad-hoc, Jorge Jairoce, Secretário Permanente do Ministério da Indústria e Comércio, Moçambique, disse ser essencial para Moçambique e outros países africanos encontrar um equilíbrio realista e pragmático entre a prossecução das suas agendas de industrialização e desenvolvimento enquanto se esforçam por atingir os seus objectivos climáticos.

“A industrialização verde ajudará Moçambique a dissociar o crescimento económico das externalidades ambientais negativas, maximizando a aplicação de energia limpa, insumos sustentáveis e tecnologias de produção verde. O desenvolvimento de estruturas industriais levará ao surgimento de novas necessidades de mercado que necessitam de melhoramento e alinhamento de infraestruturas resistentes, tais como estradas, portos, telecomunicações, electricidade e serviços públicos, e infra-estruturas leves, tais como finanças, competências, regulamentos e instituições”. Afirmou Jorge Jairoce.

O encontro mostrou preocupação com a pertinência de ser encontrado o nexo entre digitalização, infraestruturas, competências digitais, por um lado, e industrialização verde, por outro, à medida que a região transita para um caminho de desenvolvimento sustentável.