A eléctrica nacional Electricidade de Moçambique, está a posicionar-se para ser  um actor relevante no contexto das acções visando a transição energética do País.

Com efeito, o Presidente do Conselho de Administração, Marcelino Gildo Alberto, e o PCA da Africa50, Alain Ebobissé, assinaram, no dia 02 de Dezembro corrente, quatro Memorandos de Entendimento (MdE), visando o desenvolvimento de Projectos de Produção e Transporte de Energias Renováveis, no âmbito das iniciativas que visam impulsionar a Transição Energética em Moçambique. Os instrumentos de cooperação em alusão foram rubricados à margem do lançamento da Estratégia de Transição Energética de Moçambique, dirigida pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, durante a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que decorre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A referida Estratégia, a priori apresentada pelo Ministro de Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, tem como alicerces quatro pilares principais, nomeadamente, a expansão da capacidade de energia renovável, a promoção da industrialização verde, o fomento ao acesso universal à energia e a descarbonização dos transportes através de biocombustíveis. 

Definem os acordos assinados que, a Africa50 irá cooperar com a EDM no desenvolvimento, financiamento, construção e operação das Centrais Solares Terrestres de Montepuez, em Cabo Delgado, e Angoche, na Província de Nampula, com a capacidade instalada de 100MW e 60MW, respectivamente, englobando a componente de armazenamento de energia. Os acordos incluem, ainda, o desenvolvimento da primeira Central Solar Flutuante de 100MW, no reservatório da Central Hidroeléctrica de Chicamba, com o objectivo de utilizar as superfícies de água existentes para a produção de energia, poupando, assim, as terras aráveis para fins agrícolas. Além disso, foi rubricado um Memorando de Entendimento, visando a implementação de projectos de transporte de energia eléctrica, nomeadamente, a Linha Metoro – Montepuez – Marrupa, de 285 km e 220kV; a Linha Maputo – Matutuine, de 72km e 400kV; e a Linha Massinga – Vilankulo, de 200 km e 110kV. Os três (03) projectos incluem a construção das respectivas Subestações.

Marcelino Gildo Alberto classificou os projectos a serem implementados, em parceria com a Africa50, como sendo determinantes para o alcance da meta do Acesso Universal à Energia, sobretudo, nas zonas rurais de Moçambique, onde o uso de sistemas solares residenciais é predominante. “Com a aposta na diversificação da matriz energética, esperamos produzir, nos próximos anos, cerca de 200MW em energias renováveis, sendo que, deste modo, a EDM coloca-se na vanguarda da transição energética, alinhando-se, igualmente, aos pressupostos do Acordo de Paris, visando a redução do aquecimento global“, afirmou o PCA da EDM. Por sua vez, o PCA da Africa50, Alain Ebobissé, referiu que Moçambique tem um enorme potencial de energia renovável e a parceria entre a EDM e sua instituição irá ajudar o País no desenvolvimento de projectos energéticos impactantes, incluindo a tecnologia pioneira de energia solar flutuante. “Esperamos unir forças com a EDM para acelerar a implantação de infra-estruturas de energia verde na produção, bem como na transmissão de energia eléctrica, alavancando o capital do sector privado e a nossa parceria com a iniciativa Africa Green Investment dos Emirados Árabes Unidos, para realizar estes investimentos significativos em Moçambique”, referiu o PCA da Africa50.

A cerimónia de assinatura dos MdE contou com a presença de Tony Blair, Presidente do Instituto Tony Blair para a Mudança Global, do Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, do Vice-Presidente Executiva da Fundação Rockefeller, Elisabeth Yee, e membros do Governo de Moçambique, entre outros convidados.

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