
FOCAC 2024: A nova agenda Sino-Africana em Meio a desafios económicos globais
O ano de 2024 marca mais uma edição crucial da Cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que terá lugar em Pequim, reunindo líderes de toda a África e da China para delinear o futuro das relações bilaterais. Esta cimeira acontece num momento delicado para a economia global, com a China a enfrentar desafios económicos significativos, como o abrandamento do crescimento, tensões comerciais com o Ocidente e a necessidade de diversificar as suas fontes de crescimento. Estas circunstâncias têm implicações directas na natureza e direcção dos investimentos chineses em África.
Desde a última cimeira, realizada em 2021 em Dakar, Senegal, a China comprometeu-se com um robusto pacote de 40 mil milhões de dólares em financiamento, além de ter prometido cancelar dívidas de países africanos mais vulneráveis. Estes compromissos sublinharam a intenção de Pequim em reforçar a sua posição como o principal parceiro de desenvolvimento de África, ao mesmo tempo que enfrentava críticas crescentes sobre a sustentabilidade da dívida e os impactos ambientais dos seus projectos.
Contudo, a conjuntura económica de 2024 traz novos desafios e oportunidades. Com o crescimento mais lento em casa, a China vê em África um parceiro essencial para manter a sua influência global e estimular a sua economia. África, com a sua jovem população em crescimento e abundância de recursos naturais, continua a ser um mercado atraente para produtos manufacturados chineses e um destino-chave para investimentos em infraestruturas, tecnologia e energia.
Além disso, a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) continua a desempenhar um papel central na estratégia chinesa em África, embora com uma ênfase crescente em projectos de desenvolvimento sustentável. A China tem-se esforçado por reposicionar a BRI como uma força positiva para o crescimento africano, abordando preocupações sobre a dívida e sustentabilidade. Na cimeira de 2024, espera-se que a China promova novas parcerias em projectos de energia limpa e renovável, reflectindo um alinhamento com as prioridades globais de combate às alterações climáticas.
Um dos participantes de destaque nesta cimeira é o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, que chega a Pequim com uma agenda focada em fortalecer a cooperação económica e atrair investimentos estratégicos para o seu país. A visita de Nyusi inclui encontros em Xangai e Jinan, onde ele explorará oportunidades em empreendimentos económicos e sociais, além de participar no Fórum Empresarial Moçambique-China. Durante a cimeira, espera-se que o Presidente Nyusi defenda projectos que não só melhorem as infraestruturas de Moçambique, mas que também impulsionem a industrialização e a sustentabilidade no País.
Para os países africanos, incluindo Moçambique, a cimeira de 2024 oferece uma plataforma para renegociar os termos dos investimentos e garantir que os projectos chineses contribuam para o desenvolvimento sustentável e a criação de empregos. Com a experiência da última cimeira ainda presente, onde promessas significativas foram feitas em áreas como saúde, educação e infraestruturas, os líderes africanos irão pressionar por acordos que tragam benefícios tangíveis para as suas populações.
A cimeira será também uma oportunidade para rever o progresso do Plano de Ação 2022-2024 e estabelecer novas directrizes para 2025-2027. Neste contexto, a ênfase deverá estar na promoção de uma cooperação económica mais equilibrada e inclusiva, que tenha em conta as necessidades específicas dos países africanos e os desafios económicos enfrentados pela China. Para Moçambique, a presença do Presidente Nyusi é uma indicação clara de que o país procura aprofundar a sua relação com a China, maximizando os benefícios dos investimentos num período de transformação global.
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