Moçambique regista deflação em Agosto, impulsionada pela queda nos preços de alimentos

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O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique apresentou uma deflação de 0,11% em Agosto de 2024, reflectindo uma redução generalizada nos preços de bens alimentares, como a cebola (-10%), o tomate (-5,1%) e o repolho (-10,6%). Este fenómeno ocorre num contexto de ajustamentos sazonais nos preços agrícolas, que historicamente têm influenciado o comportamento da inflação no país. 

No entanto, alguns produtos, como o milho em grão (+12%) e o limão (+48,6%), registaram aumentos significativos, contrariando parcialmente a tendência de queda. No acumulado do ano, a inflação manteve-se moderada, atingindo 1,04% entre Janeiro e Agosto. As divisões de “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” e “Restaurantes” foram as principais responsáveis pelo aumento acumulado, ao contribuírem com 0,40 pp e 0,21 pp respectivamente. 

Em termos homólogos, a inflação foi de 2,75%, reflectindo uma pressão de preços mais significativa nas divisões de Educação (+6,18%) e Alimentação (+5,28%). As variações regionais também são notáveis, com cidades como Quelimane a registarem o maior aumento acumulado de preços (2,61%), enquanto outras localidades, como Xai-Xai, registaram uma deflação de 0,30% no mês de Agosto.

O cenário económico global, caracterizado pela volatilidade dos preços das commodities e pela incerteza nas cadeias de abastecimento, continua a desempenhar um papel substancial nas dinâmicas inflacionárias de Moçambique. A estabilidade relativa dos preços em 2024 reflete, em parte, a capacidade do país de absorver choques externos, embora persista a necessidade de monitorização das pressões inflacionárias associadas à recuperação económica pós-pandemia e à instabilidade global.

Com a inflação controlada até ao momento, o Banco de Moçambique poderá considerar manter a sua política monetária actual, equilibrando o crescimento económico com a estabilidade de preços. Contudo, as flutuações nos mercados globais de energia e alimentos permanecem uma ameaça, o que poderá exigir ajustamentos pontuais nas políticas macroeconómicas nos próximos meses.

 

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