
Bitcoin atinge recorde histórico acima de US$ 106.000, impulsionado por perspectivas de reserva estratégica
O mercado de criptomoedas celebrou um momento histórico na última segunda-feira, 16/12, quando a Bitcoin, a maior e mais conhecida criptomoeda do mundo, ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 106.000. Este marco foi atingido em meio a especulações sobre a possibilidade de os Estados Unidos criarem uma reserva estratégica de Bitcoin, proposta pelo presidente eleito Donald Trump, que comparou a ideia à actual Reserva Estratégica de Petróleo do País.
“Estamos num momento de euforia, com o mercado a olhar agora para o próximo número redondo, US$ 110.000”, afirmou Tony Sycamore, analista da IG. A valorização também beneficiou outras criptomoedas, como o Ethereum, que subiu 1,2% e foi negociado a US$ 3.952.
Factores por trás da alta
A eleição de Trump trouxe optimismo ao sector, alimentando esperanças de um ambiente regulatório mais favorável nos Estados Unidos. Durante a sua campanha, o presidente eleito prometeu transformar o País na “capital das criptomoedas do planeta”. Entre as acções específicas mencionadas está a nomeação de Paul Atkins, um advogado pró-criptomoedas, para liderar a Comissão de Valores Mobiliários (SEC).
Outro impulso veio da decisão do Nasdaq de incluir a MicroStrategy no índice Nasdaq 100, o que atraiu mais fluxo de investidores para a empresa que é uma das maiores detentoras corporativas de Bitcoin. As ações da MicroStrategy aumentaram mais de seis vezes em valor neste ano, reforçando o entusiasmo em torno das criptomoedas.
Reserva estratégica: uma nova fronteira
Trump reforçou a expectativa ao afirmar numa entrevista recente que planeia criar uma reserva estratégica de Bitcoin nos moldes da reserva de petróleo. Essa ideia surge num contexto em que países como China, Reino Unido, Butão e El Salvador já acumulam significativas quantidades de criptomoedas. Dados da CoinGecko indicam que governos ao redor do mundo possuem 2,2% do fornecimento total de Bitcoin, com os Estados Unidos já a deter aproximadamente 200.000 bitcoins, avaliados em mais de US$ 20 mil milhões.
Desafios e perspectivas
Apesar do optimismo, analistas apontam desafios. Chris Weston, da Pepperstone, destacou que a criação de uma reserva estratégica levará tempo e exige considerações cuidadosas sobre as suas implicações para os mercados. “Qualquer iniciativa nessa direcção precisaria ser bem comunicada aos participantes do mercado”, afirmou.
Além disso, a crescente popularidade das criptomoedas também atrai críticas. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, comparou o Bitcoin ao ouro, sugerindo que, embora tenha valor como activo, não é adequado como moeda corrente.
Impacto global e o futuro das criptomoedas
O impacto do rali da Bitcoin estende-se além dos Estados Unidos. O presidente russo, Vladimir Putin, recentemente criticou o uso político do dólar como moeda de reserva e sugeriu que muitos países estão a buscar alternativas, incluindo criptomoedas. “Bitcoin, quem pode proibi-lo? Ninguém”, declarou Putin.
Com a adopção crescente por governos e investidores institucionais, o mercado de criptomoedas atingiu um valor total de mais de US$ 3,8 triliões neste ano, quase o dobro do registado em 2023. Esse crescimento ressalta a relevância do sector e as oportunidades que ele oferece.
Em sunma, a recente alta do Bitcoin para mais de US$ 106.000 marca um ponto de inflexão na história das criptomoedas. Impulsionada por perspectivas de apoio governamental e maior aceitação institucional, a criptomoeda continua a desafiar expectativas e a consolidar o seu lugar como um activo-chave na economia global. No entanto, à medida que o mercado amadurece, também surgem questionamentos sobre regulação, sustentabilidade e impacto de longo prazo, que precisarão ser cuidadosamente analisados pelos stakeholders.
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