Dólar deve fechar a semana em alta, enquanto Yen atinge baixa de cinco meses

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O domínio do dólar
O dólar americano está a caminho de encerrar a semana com ganhos expressivos, impulsionado por uma perspectiva mais agressiva para as taxas de juro nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira, 20 de Dezembro, a moeda americana aproxima-se da máxima de dois anos, enquanto outras divisas importantes, como o Yen japonês, o Euro e a Libra esterlina, mostram sinais de fraqueza.

O impacto global do dólar
Os movimentos cambiais na sessão de quinta-feira destacaram a força do dólar. Divisas como o Won sul-coreano e o dólar canadiano registaram quedas significativas, atingindo mínimas de 15 anos e quatro anos, respectivamente. As moedas australianas e neozelandesas também recuaram para os níveis mais baixos dos últimos dois anos.

Os bancos centrais, desde o Brasil até à Indonésia, esforçam-se para defender as suas moedas face às dificuldades. Contudo, os mercados continuam a reagir à política monetária restritiva do Federal Reserve (Fed), que esta semana sinalizou menos cortes nas taxas de juro em 2025 do que o inicialmente esperado.

Yen japonês e o Banco do Japão: Sob pressão
O yen, que enfraqueceu para uma mínima de cinco meses de 157,93 por dólar, continua a ser pressionado pela relutância do Banco do Japão (BOJ) em aumentar as taxas de juro. Na quinta-feira, o BOJ manteve as taxas inalteradas, frustrando as expectativas de alguns investidores que acreditavam numa possível indicação de aumento em Janeiro ou Março.

“Com base nos comentários do governador Kazuo Ueda, é provável que o BOJ aumente as taxas de forma mais lenta no próximo ano”, disse Carol Kong, estrategista de moeda do Commonwealth Bank of Australia. Apesar disso, dados recentes mostram que a inflação básica do Japão acelerou em Novembro, impulsionada pelos custos crescentes de alimentos e combustíveis.

Libra e euro: Sob pressão europeia
A libra esterlina caiu para uma mínima de um mês, cotada a 1,2490 dólares, após uma decisão dividida do Banco de Inglaterra (BoE) de manter as taxas de juro inalteradas. O mercado interpretou esta decisão como mais moderada do que o esperado, levando os traders a rever as expectativas de cortes para 2025.

O euro, por sua vez, sofreu uma queda semanal de 1,3%, sendo comprado a 1,03635 dólares, pressionado pela força do dólar e por preocupações económicas na zona euro.

Expectativas futuras: Taxas de juro e inflação nos EUA
O índice do dólar subiu 0,02% para 108,45, marcando um ganho semanal de 1,4%. Este desempenho foi sustentado pelas expectativas de que as taxas de juro nos EUA permanecerão mais altas por mais tempo. O mercado agora precifica menos de 40 pontos-base de cortes para 2025, reforçando a confiança na robustez do dólar.

A atenção dos mercados volta-se agora para os dados de preços do PCE básico — a medida de inflação preferida do Fed — que serão divulgados ainda hoje. “O resultado do PCE tem o potencial de impactar significativamente o dólar e o sentimento do mercado de acções”, afirmou Chris Weston, chefe de pesquisa da Pepperstone.

Uma semana de domínio do dólar
O dólar continua a demonstrar resiliência num cenário global de incertezas económicas e políticas monetárias divergentes. Enquanto outras moedas, como o yen, a libra e o euro, enfrentam pressões significativas, a moeda americana mantém-se como um refúgio seguro para os investidores, reforçando o seu papel central nos mercados financeiros globais.

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