Daniel Chapo: “A Paz, a Estabilidade Económica e a Redução da Pobreza São Prioridades da Minha Presidência”

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Em entrevista exclusiva à CNN Portugal, o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, delineou as suas prioridades para o país, abordando desde a reconciliação nacional até à dinamização económica e reformas estruturais. Esta foi a sua primeira grande entrevista após a tomada de posse, na qual destacou a necessidade de estabilização política, diálogo inclusivo e medidas robustas para combater a pobreza e a corrupção.

Relações internacionais e o apoio de Portugal

Questionado pela CNN Portugal sobre a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal na sua posse, Chapo negou qualquer desvalorização do evento, reforçando os laços históricos e diplomáticos entre os dois países. “As nossas relações com Portugal continuam intactas,” afirmou o Presidente, revelando que recebeu garantias do primeiro-ministro português de apoio ao processo de pacificação em Moçambique.

Chapo sublinhou que o apoio internacional, especialmente de parceiros estratégicos como Portugal, é essencial para garantir a estabilidade e a recuperação económica.

Reconciliação Nacional: Um pilar da governação

O Presidente enfatizou que a reconciliação nacional será um dos pilares centrais do seu mandato. Ele revelou que já iniciou conversações com líderes partidários com assento parlamentar, discutindo reformas para pacificar o país. Contudo, foi firme ao criticar o “governo sombra” liderado por Venâncio Mondlane, classificando-o como inconstitucional.

“Na República de Moçambique existe apenas um presidente da República, e é este que forma o governo,” declarou Chapo na entrevista, sublinhando a ilegalidade de qualquer ação paralela ao governo formal. Ainda assim, reiterou que o diálogo com a oposição será mantido, desde que respeite os limites institucionais.

Daniel Francisco Chapo, Presidente da República de Moçambique

Desafios dos Primeiros 100 Dias

Durante a entrevista à CNN Portugal, Chapo detalhou os desafios enfrentados pelo seu governo nos primeiros 100 dias, destacando os impactos das manifestações pós-eleitorais. Ele explicou que o governo está focado em avaliar os prejuízos causados, que incluem perdas significativas de infraestrutura e receitas fiscais, para formular medidas eficazes de recuperação.

O Presidente também comentou as 25 medidas propostas por Mondlane, rejeitando o seu carácter impositivo. “A implementação das medidas não vem do senhor Venâncio Mondlane,” disse, enfatizando que o governo está a trabalhar num plano baseado nas necessidades reais da população.

Combate à Pobreza e Corrupção

Na entrevista à CNN Portugal, Chapo abordou a luta contra a pobreza como prioridade máxima. Ele defendeu que a dinamização da economia real será o motor para gerar empregos e melhorar as condições de vida. “O objetivo é fazer chegar o dinheiro ao bolso do povo,” afirmou.

Sobre a corrupção, Chapo foi directo. Disse que o problema será enfrentado com reformas governamentais e a introdução de soluções digitais para garantir mais transparência. “A nossa luta é realmente diminuir a corrupção para que ela não seja uma corrupção endémica,” declarou.

Reformas no processo eleitoral

Questionado pela sobre as críticas ao processo eleitoral, Chapo reconheceu a existência de irregularidades, mas afirmou que estas não comprometeram o resultado final. Ele reforçou o compromisso de liderar debates sobre a reforma da lei eleitoral para aumentar a transparência e a credibilidade dos futuros pleitos.

Desenvolvimento Rural e o Apoio à Frelimo

Chapo destacou que a Frelimo continua a ser o partido mais estruturado em Moçambique, com forte apoio nas áreas rurais, onde reside 70% da população. Ele explicou que a sua governação priorizará o desenvolvimento rural, investindo em infraestrutura, serviços básicos e inclusão económica para melhorar a qualidade de vida dessas comunidades.

Um Futuro de Oportunidades e Desafios

Ao longo da entrevista, Daniel Chapo traçou um plano ambicioso para Moçambique, reconhecendo os desafios, mas apresentando-se confiante na capacidade de liderar o país rumo à estabilidade e ao crescimento sustentável. O sucesso do seu governo dependerá de um equilíbrio entre a pacificação política, as reformas económicas e a restauração da confiança da população.

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