Moçambique e Eswatini Reforçam Aliança Económica e Apelam ao Sector Privado para Dinamizar Comércio

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Questões-Chave:

  • Presidente Daniel Chapo defende acção coordenada para desbloquear obstáculos ao comércio e atrair investimentos;
  • Fórum Empresarial em Mbabane lança bases para nova fase de cooperação bilateral;
  • CTA e Câmara de Comércio de Eswatini apelam a uma aliança assente na confiança, visão partilhada e reciprocidade;
  • Moçambique exportou para Eswatini 19 milhões de dólares em 2024, mas continua a registar défice na balança comercial bilateral.

Durante a sua primeira visita oficial ao Reino de Eswatini como Chefe de Estado, o Presidente Daniel Chapo instou o sector privado dos dois países a assumir um papel activo na dinamização do comércio bilateral, defendendo uma cooperação mais integrada, estratégica e orientada para resultados.

A deslocação do Presidente Daniel Chapo ao Reino de Eswatini, a convite do Rei Mswati III, marcou o relançamento da diplomacia económica entre os dois países. No centro da agenda estiveram a remoção de barreiras comerciais, o reforço do investimento mútuo e a criação de equipas técnicas para identificar projectos conjuntos nos sectores prioritários: energia, agricultura, turismo, infra-estruturas e digitalização.

“O nosso papel, como sector público, é remover bloqueios, facilitar o ambiente de negócios e permitir que o sector privado avance”, afirmou Chapo, durante o Fórum de Negócios realizado em Mbabane. Sublinhou que, para garantir um crescimento sustentável, é imperioso consolidar as trocas comerciais e aprofundar os laços político-económicos entre os dois países.

A aposta de Moçambique na energia como sector estratégico foi amplamente destacada. O Presidente apontou projectos como a Central Térmica de Temane (450 MW) e a futura hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa (1.500 MW), como iniciativas estruturantes para responder ao défice energético da região e atrair investimentos externos. “Temos oportunidades únicas para produzir e exportar energia, aproveitando o gás natural, os rios, o vento e o sol”, disse.

De acordo com dados apresentados no encontro, em 2024, Moçambique exportou para Eswatini bens avaliados em cerca de 19 milhões de dólares, ao passo que importou daquele país produtos no valor de 54,9 milhões, evidenciando um desequilíbrio comercial persistente. Álvaro Massingue, presidente da CTA, reconheceu este desnível e apelou à adopção de estratégias de dinamização comercial mais eficazes e mutuamente vantajosas.

“A nossa delegação veio com o objectivo de identificar sinergias e enfrentar com realismo os desafios de integração e competitividade regional”, disse Massingue. Para o líder empresarial, os principais desafios residem na efectivação das trocas comerciais e na implementação de mecanismos de investimento recíproco com base em confiança mútua e visão estratégica partilhada.

A Câmara de Comércio de Eswatini reiterou o interesse em aprofundar os laços com o empresariado moçambicano e defendeu uma acção coordenada dos dois governos para melhorar a segurança nas zonas fronteiriças e eliminar barreiras tarifárias e não-tarifárias.

O Chefe de Estado moçambicano afirmou ainda que “África não pode continuar a ser apenas fonte de matéria-prima exportada em bruto. Precisamos de industrializar os nossos países e agregar valor localmente”, defendendo uma aposta concertada na industrialização para inverter o actual modelo económico de dependência externa.




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