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Debate: Industrialização, tempo de aproveitar as oportunidades e partir para a acção inteligente

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CEO da Austral Consultoria, o economista, Luís Magaço

Intensifica-se o debate sobre a pertinência da industrialização e como é que ela ocorreria em termos viáveis e competitivos para Mocambique. Na senda, interpelado pelo O.Económico, o CEO da Austral Consultoria, o economista Luís Magaço, ele que também é Presidente da Associação Comercial e Industrial de Moçambique (ACIS), é de opinião que Moçambique pode industrializar-se, recorrendo a via da integração vertical, agro processamento industrial, chamando atenção, porém, do facto de Moçambique contar com um parque industrial ainda em fase muito incipiente, com boa parte das indústrias a não fazerem a transformação, mas sim fazem a montagem ou entrega a uma parte da cadeia de valor.

Na sua análise, Luís Magaço considera que “quando nós embalamos uma garrafa de água, a garrafa, o papel, e a tampa são importadas, portanto, só engarrafamos, e isso não pode ser se quisermos nos industrializar”, então estamos na parte final da cadeia de valor”.

Disse ainda o economista e líder empresarial que “ nós precisamos fazer uma transformação para passarmos para uma fase em que integramos toda a cadeia de valor desde a produção da matéria-prima até ao produto final, até que chegue à mesa do consumidor um produto integralmente”.

Questionado sobre a variável gás natural na equação da industrialização ou pelo menos a oportunidade que o gás representa para a almejada industrialização,  Luís Magaço disse que tal depende do consumo interno, e avançou que Moçambique ainda que no melhor do seu desenvolvimento industrial nos próximos anos, não terá capacidade para absorver internamente o gás extraído pelos megas projectos, e se o País chegar a consumir 10% é muito, por isso,  a seu ver, provavelmente terá dificuldades de transformar aqui em território nacional o gás extraído pelos megas projectos.

Presidente da Associação Conteúdo Local de Moçambique (ACLM), Elthon Chemane

Para Elthon Chemane, Presidente da Associação Conteúdo Local de Moçambique (ACLM) é preciso uma promoção de conteúdo local a base da industrialização, para o desenvolvimento socioeconómico, ou seja, um Hub de interacção entre oferta e demanda.

Por isso, sustenta Elthon Chemane, é preciso gerar uma sinergia muito mais abrangente, de boas discussões de partilha de boas informações, para que acima de tudo saia o caminho a seguir para alavancar a economia moçambicana, sobre o ímpeto de industrialização.

O Presidente da ACLM, destacou a existência de iniciativas interessantes de expansão de parques industriais em zonas francas. Segundo ele, tal movimento, potencia a isto é, potencia a industrialização do País com recurso à exploração dos recursos minerais que Moçambique dispõem e cria condições para que a indústria apareça, se instale, e se desenvolva. Entretanto, deixou um alerta: “ É preciso que se olhe para indústria de petróleo e gás não só como principal polo desenvolvimento isoladamente, mas como um dos pólos de desenvolvimento para potencializar todos os outros”.

Responsável do sector da banca e seguros da ACLM, Miguel Jóia

Miguel Jóia, responsável do sector da banca e seguros da ACLM mostrou-se, satisfeito porque, segundo afirmou ao microfones e câmera do O.Económico, “Moçambique actualmente já faz parte do número muito pequeno de produtores de gás através da operação offshore, na qual espera que os megas projectos de elevado capital, sirvam de base ao crescimento da própria indústria local”.

Miguel Jóia reiterou que Moçambique precisa efectivamente atingir os objectivos desenvolvimento com mais atenção na industrialização do país. “ Acho Moçambique pode ter a sua própria indústria do gás e esta ser aquela que efectivamente se torne central e que vai criar todas as condições para outras indústrias, mas nós temos muitas iniciativas ao nosso país, principalmente no sector da agro processamento, temos já algumas indústrias metalomecânica que dão apoio a outros projectos já existentes”abservou Miguel Jóia.

Empresária no sector de energia e indústria, Sílvia Ferreira

Sílvia Ferreira, empresária no sector de energia e indústria, apelou que se comece a mapear e desenhar as estratégias de quais os sectores da indústria podem merecer estímulo para o seu crescimento tendo em consideração as potencialidades energéticas que o País apresenta.

“É importante criar institutos da indústria, programas e fóruns industriais, e exposições de feiras industrias”. Disse

Falando sobre a produção industrial interna, Sílvia Ferreira afirmou que Moçambique deve, o quanto antes, se especializar em produzir bens, mas bens específicos, e que tal requer, a criação de indústrias que sejam sustentáveis e sejam economicamente viáveis, e o custo com energia se torna cada vez mais importante nesse contexto.

 

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