
Mercados Globais Reagem Com Optimismo A Trégua Entre Irão E Israel: Petróleo Em Queda E Bolsas Em Alta
Questões-Chave
- Anúncio de cessar-fogo entre Irão e Israel impulsiona bolsas asiáticas e norte-americanas.
- Preços do petróleo caem mais de 3%, com o crude a atingir mínimos desde 11 de Junho.
- Dólar recua e euro ganha terreno; iene beneficia com a queda do petróleo.
- Rendimentos das obrigações norte-americanas sobem, enquanto expectativas de corte das taxas ganham força.
- Investidores voltam-se agora para a tensão comercial e o prazo das tarifas, previsto para daqui a duas semanas.
Os mercados financeiros globais reagiram com entusiasmo ao anúncio de uma trégua entre o Irão e Israel, feito pelo ex-Presidente norte-americano Donald Trump. A notícia levou a uma forte valorização das acções e a uma queda expressiva nos preços do petróleo, à medida que os receios em torno da segurança no Médio Oriente começavam a dissipar-se.
Num post publicado na sua rede Truth Social, Donald Trump afirmou que Irão e Israel teriam acordado um cessar-fogo com entrada em vigor dentro de 12 horas, declarando que a guerra estaria, assim, “terminada”. A reacção nos mercados foi imediata: os investidores acolheram o anúncio como sinal de alívio geopolítico, levando a uma procura generalizada de activos de risco.
Embora fontes oficiais israelitas ainda não tenham confirmado o acordo, um responsável iraniano indicou que Teerão estava disposto à trégua, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano advertiu que não haveria cessação dos confrontos sem uma interrupção dos ataques israelitas.
Petróleo Em Queda: Fim Da Tensão No Estreito De Ormuz Alivia Pressões Sobre Oferta
O petróleo foi o activo mais penalizado pela evolução dos acontecimentos. O crude norte-americano caiu 3,4%, situando-se em 66,15 dólares por barril, o valor mais baixo desde 11 de Junho. A queda dá continuidade à retracção de 9% registada na véspera, após uma retaliação simbólica do Irão contra uma base americana que acabou por ter impacto nulo, sinalizando o desejo de desanuviamento.
Com o risco de interrupção do transporte de petróleo pelo estratégico Estreito de Ormuz aparentemente afastado, os mercados reagiram em conformidade. A diminuição dos preços reflecte, segundo analistas, a percepção de que a escalada bélica poderá ter sido contida a tempo de evitar impactos duradouros na cadeia energética global.
Bolsas Em Alta: Apetite Pelo Risco Retorna Aos Mercados
A notícia impulsionou as acções asiáticas e os futuros de Wall Street. O índice Nikkei do Japão avançou 1,4%, enquanto o índice de referência da Ásia-Pacífico da MSCI (excluindo Japão) subiu 1,8%. Na China, o CSI300 valorizou 1% e o Hang Seng de Hong Kong cresceu 1,7%.
Na Europa, os futuros do EUROSTOXX 50 ganharam 1,3% e os do FTSE londrino 0,4%. Já os futuros do S&P 500 subiram 0,6% e os do Nasdaq avançaram 0,9%, com os investidores a deixarem para trás o ambiente defensivo das últimas semanas.
Dólar Em Retirada: Moedas Sensíveis Ao Petróleo Beneficiam
O dólar prolongou a queda iniciada na sessão anterior, recuando 0,3% face ao iene, para 145,70, após ter atingido máximos de seis semanas em 148 ienes. O euro valorizou-se para 1,1594 dólares, reflectindo o alívio nos preços do petróleo, o que beneficia economias fortemente importadoras de energia, como a zona euro e o Japão.
Obrigações E Política Monetária: Olhares Sobre A Reserva Federal
O alívio nas tensões geopolíticas coincidiu com declarações da Vice-Presidente da Fed para Supervisão, Michelle Bowman, sugerindo que um corte nas taxas de juro poderá estar mais próximo, dada a deterioração das condições no mercado laboral. Os juros das obrigações a 10 anos dos EUA subiram ligeiramente para 4,35%, após terem caído 5 pontos base na sessão anterior.
O Presidente da Fed, Jerome Powell, deverá prestar declarações ao Congresso ainda hoje, e os mercados estarão atentos a possíveis sinais sobre a política monetária. Actualmente, os contratos de futuros atribuem apenas 22% de probabilidade a um corte já na reunião de 30 de Julho.
Guerra Comercial Regressa Ao Radar
Com o risco imediato de escalada militar no Médio Oriente aparentemente dissipado, os analistas antecipam uma deslocação das atenções para a frente comercial. Em particular, a aproximação do prazo para imposição de novas tarifas dentro de duas semanas volta a ganhar protagonismo.
Prashant Newnaha, estratega da TD Securities, observa: “A resolução mais célere do conflito no Médio Oriente abre margem para expectativa de um entendimento mais rápido também em matéria tarifária.”
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