Banco Mundial E Moçambique Definem Novo Quadro De Parceria Até Final Do Ano

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Questões-Chave:
  • Banco Mundial confirma que novo Quadro de Parceria (CPF) com Moçambique será concluído até ao final de 2025;
  • Instituição desmente compromissos com um pacote de 50 mil milhões de dólares noticiado;
  • Prioridades identificadas: agricultura, agronegócio, turismo, energia, corredores logísticos, pequenas empresas e qualificação de jovens;
  • Presidente do BM, Ajay Banga, reforça necessidade de estabilização macrofiscal como pré-condição para atrair investimento privado;
  • Presidente Daniel Chapo defende que a agenda de desenvolvimento deve ser orientada para a criação de empregos.

O Banco Mundial anunciou que o novo Quadro de Parceria com Moçambique será definido até ao final do ano, mas esclareceu não existir qualquer compromisso formal com um pacote de investimentos de 50 mil milhões de dólares, conforme noticiado recentemente. A instituição reafirmou o seu empenho em apoiar as prioridades de desenvolvimento do país, numa estratégia de médio prazo alinhada com as aspirações nacionais.

O comunicado oficial do Banco Mundial sublinha que as discussões e consultas públicas sobre o apoio financeiro e técnico para os próximos cinco anos ainda estão em curso, devendo o pacote final ser submetido ao Conselho de Diretores Executivos e anunciado até ao final de 2025. A instituição reforça o compromisso em consolidar uma estratégia abrangente, articulada com os objetivos nacionais e internacionais de desenvolvimento.

Segundo o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, Moçambique precisa de uma agenda que coloque o emprego no centro das políticas económicas. Em encontro recente com o vice-presidente do Banco Mundial, Ndiamé Diop, o Chefe de Estado destacou a agricultura, o agronegócio e o turismo como sectores prioritários para gerar empregos e dinamizar a economia.

Já o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, apontou a necessidade de estabilizar a situação macrofiscal como condição essencial para criar confiança junto de investidores privados:
“A primeira coisa que Moçambique deve fazer é um esforço para estabilizar a sua situação macrofiscal. Sem isso, será muito difícil assegurar estabilidade à população e atrair o sector privado”, advertiu.

vice-presidente do Banco Mundial para a África Austral, Ndiamé Diop

O dirigente do BM salientou ainda que Moçambique tem vantagens competitivas claras: recursos naturais abundantes, energia hidroelétrica, gás e grande potencial solar, podendo tornar-se integrador regional de eletricidade e fornecedor estratégico da África Austral.
“Há uma enorme procura de eletricidade na região e Moçambique tem capacidade para responder. Isto pode representar uma oportunidade significativa de geração de divisas e de integração regional”, afirmou Banga.

Outro eixo central do novo quadro de parceria será a juventude moçambicana, vista como o maior ativo do país. “Têm uma nação jovem e em crescimento, e esse é o vosso dividendo. Mas não temos 30 anos para agir. Se os jovens não tiverem esperança, procurarão soluções em outros locais, o que pode gerar instabilidade”, advertiu o Presidente do BM.

O Banco Mundial identificou ainda como áreas prioritárias de cooperação:

  • Energia e infraestruturas estratégicas, incluindo os corredores de desenvolvimento que ligam os portos ao interior e aos países vizinhos;
  • Apoio às pequenas e médias empresas (PMEs), fundamentais para dinamizar cadeias de valor locais;
  • Turismo, visto como sector com elevado potencial de criação de emprego e geração de receitas;
  • Qualificação dos jovens, com ênfase na capacitação técnica e na formação para o mercado de trabalho.

O Escritório do Banco Mundial em Moçambique sublinhou, em nota oficial, que “o Grupo Banco Mundial mantém o seu compromisso firme com as prioridades de desenvolvimento de Moçambique e espera continuar a fortalecer a sua parceria com o Governo, através de uma estratégia abrangente e alinhada com as aspirações do país”.

Perspetiva Estratégica

Este novo quadro de parceria de cinco anos deverá servir de plataforma para alinhar Moçambique com a sua Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE 2025–2044) e com as agendas globais de crescimento sustentável. A ênfase em estabilização macroeconómica, investimento privado, juventude e diversificação da economia representa um ponto de inflexão para reposicionar Moçambique como ator relevante na economia regional africana.

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