PRECE É para equilibrar medidas de estabilização imediata com uma visão de médio prazo – Lourenço Sambo

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Questões-Chave:
  • PRECE avaliado em 2,75 mil milhões USD estrutura-se em três pilares: Comunicação do Governo, Quadro Económico e Financeiro e Custo de Vida;
  • Medidas incluem linhas de crédito bonificado de 85 milhões USD e mais 500 milhões USD anuais em divisas para importações essenciais;
  • Redução do custo de vida com revisão de preços dos combustíveis, corte de 16% na cesta básica e subsídios ao transporte;
  • PIB deverá crescer 2,5% em 2025 e alcançar 6,3% em 2029, acima das metas do PQG;
  • Implementação será monitorada pelo Conselho de Gestão e Monitoria, presidido pelo Primeiro-Ministro.

O Governo aprovou o Plano de Recuperação e Crescimento Económico (PRECE) 2025–2029, uma estratégia de médio prazo avaliada em 2,75 mil milhões de dólares. O objectivo é responder aos choques que afectaram a economia e o bem-estar social – desde desastres naturais até restrições cambiais – e criar bases sólidas para um crescimento inclusivo e sustentável.

De acordo com Lourenço Sambo, Assessor do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, em entrevista exclusiva ao “Semanário Económico”, o PRECE foi concebido para equilibrar medidas de estabilização imediata com uma visão de médio prazo. “O plano responde à urgência da recuperação económica, mas também cria condições para um crescimento inclusivo e sustentável. O grande desafio não é apenas crescer, mas fazê-lo de forma que beneficie as famílias e as empresas”, afirmou.

O plano organiza-se em três pilares centrais. O primeiro é a Comunicação do Governo, que pretende reforçar a confiança institucional e o diálogo com a população através de briefings quinzenais, gabinetes abertos e de uma plataforma nacional de concertação. O segundo pilar, o Quadro Económico e Financeiro, visa mobilizar recursos adicionais e garantir sustentabilidade fiscal. Neste, prevê-se a disponibilização de 500 milhões de dólares adicionais anuais em divisas para importações essenciais, bem como linhas de crédito bonificado de 85 milhões USD para apoiar empresas afectadas pela crise pós-eleitoral. O terceiro pilar, Custo de Vida, foca-se na protecção das famílias, com medidas de contenção da inflação, redução dos preços dos combustíveis e produtos básicos, além de subsídios ao transporte público e fiscalização de mercados.

Sambo realçou que “as medidas de alívio ao custo de vida são centrais para devolver confiança à população. Estamos a falar de uma redução de 16% no custo acumulado da cesta básica e da eliminação do IVA em produtos essenciais como açúcar, óleo alimentar, sabão e feijão. Estas acções são concretas e visam proteger os mais vulneráveis”.

Lourenço Sambo, Assessor do Ministério da Planificação e Desenvolvimento

Em termos macroeconómicos, o PRECE prevê um crescimento do PIB de 2,5% em 2025, atingindo 6,3% em 2029. “São projecções prudentes, que excluem a produção de gás natural liquefeito, justamente para mostrar que o crescimento pode ser sustentado pelos sectores tradicionais da economia”, explicou.

Para garantir eficácia, será criado o Conselho de Gestão e Monitoria (CGM), presidido pelo Primeiro-Ministro e coordenado pelo Ministério da Planificação e Desenvolvimento. Este organismo terá como missão acompanhar a execução do plano, com indicadores claros de desempenho e relatórios periódicos. “A governança é fundamental. Queremos garantir transparência, responsabilização e acompanhamento rigoroso”, acrescentou Sambo.

Mais do que um simples programa económico, Sambo destacou que o PRECE é “um pacto de confiança entre o Governo, o sector privado e a sociedade. Se formos consistentes na execução, vamos recuperar a confiança dos investidores e acelerar a diversificação da nossa economia”.

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