
Dólar Mantém-se Firme Enquanto Vendas Globais Abalam Mercados
- O yen japonês recuperou 0,1% após ter atingido ontem o nível mais baixo em nove meses;
- O dólar mantém-se estável, com o Dollar Index em 99,594, perto do máximo de uma semana;
- Queda global das bolsas entra no quarto dia consecutivo, penalizada por receios sobre avaliações das empresas de IA;
- Dados de emprego nos EUA mostram subida significativa nos pedidos de subsídio de desemprego, aumentando o pessimismo;
- Mercados antecipam maior probabilidade de corte de 25 pb na taxa da Fed em Dezembro (46,6% vs. 42,4% no dia anterior);
- Trump volta a atacar Jerome Powell e acelera processo para escolher novo presidente da Reserva Federal;
- Japão aumenta compras de Treasuries pelo nono mês consecutivo e mantém-se maior detentor estrangeiro;
- Dólar australiano e neozelandês recuam, pressionados pelo ambiente de aversão ao risco.
O yen japonês recuperou ligeiramente esta quarta-feira, 19 de Novembro de 2025, enquanto o dólar se manteve firme contra as principais moedas, num início de sessão marcado por forte procura por activos de refúgio em resposta ao prolongamento da venda global de acções e a dados económicos fracos nos Estados Unidos.
Mercados Buscam Refúgio E Reforçam Dólar E Iene
A sessão asiática abriu com investidores a procurar segurança após vários dias de perdas acentuadas nas bolsas globais. O iene valorizou-se 0,1%, recuperando de mínimos de nove meses e fixando-se em 155,49 yens por dólar, um movimento associado à intensificação do sentimento de risco.
O dólar, por seu turno, manteve-se estável e sustentado pela procura de Treasuries, com o Dollar Index a negociar em 99,594, perto do máximo de uma semana. A combinação de vendas persistentes nas acções e receios macroeconómicos reforça o estatuto do dólar como porto seguro num ambiente de incerteza.
Queda Global Das Bolsas Amplifica Pressão Cambial
O S&P 500 acumula quatro sessões consecutivas de perdas, marcado por dúvidas crescentes sobre as avaliações das empresas tecnológicas ligadas à inteligência artificial. Os futuros das acções norte-americanas prolongaram a tendência negativa no início da sessão asiática, arrastando consigo o sentimento nos mercados cambiais.
A divulgação dos primeiros dados laborais desde a paralisação temporária das operações federais dos EUA agravou o pessimismo. Os novos números apontam para um aumento acentuado no número de americanos a receber subsídios de desemprego entre meados de Setembro e meados de Outubro, sinalizando um mercado laboral menos resiliente do que o antecipado.
Expectativas Sobre A Fed Ganham Peso Com Dados Mais Fracos
A deterioração dos indicadores norte-americanos reforça apostas de que a Reserva Federal poderá avançar com uma redução da taxa directora já em Dezembro. Os futuros da Fed apontam para uma probabilidade implícita de 46,6% de corte de 25 pontos base, acima dos 42,4% registados no dia anterior.
O ambiente interno da Fed, contudo, permanece dividido. Thomas Barkin, presidente do Fed de Richmond, afirmou que a instituição continua a avaliar se o actual enfraquecimento económico justifica uma redução imediata das taxas ou se persiste o risco de uma inflação demasiado resistente.
Pressão Política: Trump Reacende Choque Com Powell
O Presidente Donald Trump voltou a criticar publicamente Jerome Powell, afirmando que gostaria de “tirar o homem que lá está”, apesar de reconhecer resistência dentro da própria administração. O mandato de Powell termina em Maio e o Presidente norte-americano deverá entrevistar, depois do Dia de Acção de Graças, a lista final de candidatos para o substituir na liderança da política monetária norte-americana.
Segundo o Tesouro, o anúncio do novo presidente da Fed poderá ocorrer antes do Natal, aumentando a incerteza e a sensibilidade dos mercados cambiais a qualquer sinal político vindo de Washington.
Fluxos Para Treasuries Reforçam Posição Japonesa
Dados oficiais do Tesouro dos EUA mostram que o Japão aumentou as suas participações em Treasuries pelo nono mês consecutivo, totalizando 1,189 biliões de dólares, o valor mais alto desde Agosto de 2022. O país mantém assim a posição de maior credor estrangeiro dos Estados Unidos.
Este movimento ajuda a sustentar o iene, ao mesmo tempo que reforça a procura por activos de refúgio face à queda das bolsas e à reavaliação do risco global.
Moedas De Matérias-Primas Em Queda
O dólar australiano caiu para 0,65085 USD, enquanto o dólar neozelandês recuou para 0,5659 USD, ambos penalizados pela aversão ao risco e pela perspectiva de crescimento mais fraco nos mercados emergentes e asiáticos.
Implicações Para Moçambique
A firmeza do dólar e a volatilidade global têm efeitos directos na economia moçambicana:
A valorização do dólar tende a encarecer a factura de importação de combustíveis, trigo, fertilizantes e maquinaria, bens críticos para o tecido económico nacional. O aumento da pressão cambial pode exigir maior prudência na gestão das reservas internacionais e na intervenção do Banco de Moçambique, sobretudo num contexto de tensões na liquidez interna e no mercado interbancário. A forte procura por activos de refúgio também tende a reduzir fluxos para mercados emergentes, afectando potencialmente investimento directo estrangeiro e o custo de financiamento público e privado.
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