Ouro Sobe Para US$ 4.089 Com Aversão Ao Risco Global E Expectativa Pelas Minutas Da Fed

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Questões-Chave:
  • Preço do ouro avançou 0,5% para US$ 4.089,59/oz, impulsionado pela aversão ao risco nos mercados globais;
  • Investidores aguardam as minutas da Reserva Federal e o relatório de emprego dos EUA, adiado pelo shutdown;
  • Expectativa aponta para criação de apenas 50 mil empregos em Setembro;
  • Dólar mantém-se firme, limitando ganhos adicionais do ouro;
  • Bolsas globais ampliam quedas, com o S&P 500 em quatro sessões consecutivas de perdas;
  • Prata, platina e paládio também registaram valorizações moderadas.

Os preços do ouro avançaram esta quarta-feira, sustentados por um ambiente global de forte aversão ao risco e pela procura de activos de refúgio, enquanto os investidores aguardam com expectativa as minutas da Reserva Federal e os dados de emprego dos Estados Unidos — adiados devido à paralisação parcial do Governo norte-americano. O metal precioso voltou a beneficiar das incertezas macroeconómicas, apesar da força do dólar ter limitado parte da valorização.

Aversão Ao Risco Reforça Procura Por Activos De Refúgio

O ouro à vista subiu 0,5%, para US$ 4.089,59 por onça, reflectindo a procura reforçada por activos considerados seguros num momento em que os mercados accionistas globais ampliam perdas.
A versão para entrega em Dezembro avançou 0,6%, para US$ 4.090,30.

Segundo Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, o ouro teve o seu ímpeto “travado pelo fortalecimento do dólar e por dúvidas relativamente ao momento da próxima descida de juros da Fed”. Ainda assim, acrescenta, “a crescente aversão ao risco mantém o ouro firmemente no radar dos investidores”.

Fed No Centro Das Expectativas De Mercado

Os investidores aguardam as minutas da reunião mais recente da Reserva Federal, documento que poderá esclarecer o tom interno da autoridade monetária relativamente ao ritmo das descidas futuras de juros.
O relatório de emprego (Non-Farm Payrolls), agora reagendado para quinta-feira, deverá mostrar criação de 50 mil postos de trabalho, segundo sondagem da Reuters — sinal de abrandamento continuado no mercado laboral.

Dados publicados na terça-feira indicam que o número de norte-americanos a receber subsídio de desemprego atingiu o nível mais alto em dois meses, acentuando a percepção de desaceleração económica.

O banco central norte-americano reduziu a taxa de juro directora em 25 pontos base na última reunião, mas Jerome Powell reiterou a necessidade de prudência devido à ausência de dados consistentes que sustentem mais cortes no curto prazo.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta para uma probabilidade de 49% de um novo corte já na reunião de 9–10 de Dezembro.

Dólar Firme Atenua Ganhos Do Metal

O índice do dólar manteve-se forte, tornando o ouro mais caro para detentores de outras moedas.
Ainda assim, a queda acentuada nas bolsas globais elevou a procura pelo metal. O S&P 500 completou quatro sessões consecutivas de perdas, com receios renovados sobre a valorização excessiva de acções ligadas à inteligência artificial.

Outros Metais Também Avançam

O mercado de metais preciosos registou ganhos generalizados:

  • Prata: +1,3%, para US$ 51,33/oz;
  • Platina: +0,5%, para US$ 1.542,17/oz;
  • Paládio: +0,8%, para US$ 1.411,86/oz.

Os ganhos ampliam o movimento defensivo dos investidores em contextos de incerteza e volatilidade.

Num ambiente marcado por riscos cumulativos — desaceleração económica, política monetária incerta e queda prolongada nas bolsas — o ouro voltou a afirmar-se como porto seguro. A evolução das minutas da Fed e dos dados laborais dos EUA será determinante para o rumo imediato do metal precioso e para as expectativas sobre o ciclo de juros.

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