Moçambique Recebe Duas Novas Cimenteiras Em Nampula E Cabo Delgado, Com Investimento Privado De US$240 Milhões

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Questões-Chave:
  • Duas novas unidades industriais serão erguidas nas províncias de Nampula e Cabo Delgado;
  • O investimento, liderado por capitais chineses, ultrapassa US$240 milhões;
  • Projecto de Nacala inclui fábrica e ponte-cais para logística e escoamento;
  • Nova cimenteira de Cabo Delgado reforça industrialização provincial e resposta à procura crescente;
  • Iniciativa surge no quadro do aprofundamento da cooperação económica entre Moçambique e a província chinesa de Shaanxi.

Moçambique prepara-se para acolher duas novas fábricas de cimento, a serem construídas em Nampula e Cabo Delgado, num investimento privado que ultrapassa os US$240 milhões. Os empreendimentos, liderados pela West China Cement, inscrevem-se na estratégia de expansão industrial com foco na produção local, melhoria da oferta e redução dos custos logísticos, num momento em que a procura nacional continua a crescer de forma consistente.

Projecto De Nacala: Fábrica De US$190 Milhões E Nova Ponte-Cais

A primeira unidade industrial será implantada no distrito de Nacala, com um investimento estimado em US$190 milhões. Associado ao empreendimento, está igualmente prevista a construção de uma ponte-cais avaliada em US$93 milhões, localizada na baía de Ometola.

A nova infra-estrutura logística permitirá o escoamento eficiente do cimento produzido, tanto para o mercado interno como, potencialmente, para exportação. A capacidade de utilização portuária representa um ponto estratégico para viabilizar o acesso a mercados regionais, alargando o alcance comercial da futura cimenteira.

Nova Fábrica Em Cabo Delgado Reforça A Industrialização Do Norte

A segunda unidade industrial será implementada na província de Cabo Delgado, com um investimento de US$50 milhões. Apesar de menor dimensão, o projecto é considerado estratégico para diversificação industrial da província, que nos últimos anos tem visto crescer a procura por infra-estruturas de construção, serviços e materiais industriais devido à presença de grandes projectos energéticos.

A fábrica pretende responder, localmente, à necessidade crescente de cimento e reduzir a dependência de abastecimento de outras regiões do país, contribuindo indirectamente para a estabilização de preços no mercado do Norte.

Investimento Total Ultrapassa US$333 Milhões E Abrange Infra-Estruturas Sociais

Segundo o Ministério da Economia e Finanças, os investidores chineses contemplam, no total, mais de US$333 milhões em investimentos em Moçambique, incluindo infra-estruturas sociais, com destaque para a construção de hospitais e infra-estruturas complementares.

Os projectos industriais integram uma agenda de cooperação mais ampla, enquadrada no interesse estratégico da província chinesa de Shaanxi em sectores moçambicanos como energia, agro-indústria, turismo, transportes, logística e transformação digital.

Investimentos Resultam Da Cooperação Económica Com A China

Os anúncios foram formalizados após uma conferência realizada na cidade chinesa de Xian, onde Moçambique e Shaanxi reforçaram as relações de cooperação económica e investimento.

A delegação moçambicana — composta por representantes do sector público e mais de trinta empresários — apresentou oportunidades de investimento no país, com particular enfoque em sectores de elevado potencial de crescimento.

Segundo o comunicado oficial, o encontro permitiu aprofundar a confiança entre as partes e promover a atracção de capital privado para projectos estruturantes, especialmente aqueles que contribuem para a industrialização, criação de emprego e desenvolvimento de competências.

Impulso Para A Competitividade Industrial E Logística Do Norte

A instalação das duas cimenteiras representa um passo relevante na descentralização da base industrial moçambicana, tradicionalmente concentrada no Centro e Sul. Nampula e Cabo Delgado passam a posicionar-se como polos emergentes para a produção de materiais de construção, beneficiando de logística estratégica e do crescimento económico previsto para a região, impulsionado pela retoma dos projectos de gás natural.

Os investimentos poderão contribuir para a estabilização dos preços do cimento, reduzir a pressão sobre a capacidade instalada existente e apoiar o desenvolvimento de infra-estruturas públicas e privadas — factores essenciais para a competitividade económica regional.

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