FMI Declara que Desafios de Financiamento se Tornaram Agudos e Exige Acção Política Urgente

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A missão afirma que as vulnerabilidades fiscais e cambiais agravaram-se e que Moçambique precisa de um pacote integrado de políticas para evitar deterioração macroeconómica.

Questões-Chave:
  • O FMI afirma que os desafios de financiamento tornaram-se “agudos”;
  • Crescimento permanece moderado apesar da recuperação parcial;
  • Pagamentos em atraso, dívida elevada e pressões cambiais agravam vulnerabilidades;
  • Retoma da TotalEnergies e fim da força maior da Exxon reforçam expectativas a médio prazo;
  • Fundo exige consolidação fiscal, flexibilidade cambial e reformas estruturais.

O Fundo Monetário Internacional declarou que Moçambique enfrenta desafios de financiamento “agudos”, advertindo que, sem acção política decisiva e coordenada, as vulnerabilidades fiscais, cambiais e de dívida poderão intensificar-se, minando a estabilidade macroeconómica e o bem-estar da população. A avaliação preliminar surge no quadro das consultas do Artigo IV e das conversações sobre um possível novo programa de financiamento externo.

Economia Recupera Lentas, mas Vulnerabilidades Persistem

A missão liderada por Pablo Lopez-Murphy refere que a actividade económica está a recuperar gradualmente, após a contracção abrupta no último trimestre de 2024. No entanto, o crescimento mantém-se moderado devido à escassez de divisas, às restrições no acesso ao financiamento e à incerteza política gerada pelos confrontos pós-eleitorais. Apesar da inflação estar controlada, o ambiente macroeconómico continua frágil. 

Crise de Financiamento Agrava Pressões sobre a Economia

O FMI sublinha que os desafios de financiamento do Governo se tornaram “agudos”, com destaque para os pagamentos em atraso, pressões cambiais contínuas e vulnerabilidades orçamentais que condicionam a capacidade de resposta do Estado. Este cenário, segundo a instituição, compromete a dinâmica de crescimento no curto prazo e exige correcções imediatas.

Megaprojectos e Reputação Internacional Oferecem Espaço a Médio Prazo

Entre os factores positivos, o FMI assinala a retoma anunciada dos trabalhos da TotalEnergies e o levantamento da força maior pela ExxonMobil, iniciativas com potencial para reforçar o investimento e melhorar o desempenho externo do país. A saída de Moçambique da lista cinzenta do GAFI é igualmente reconhecida como um marco institucional que pode fortalecer a confiança dos investidores e facilitar financiamento externo.

FMI Propõe Um Pacote Integrado de Estabilização

O Fundo recomenda um conjunto articulado de medidas que combine uma consolidação orçamental urgente, acompanhada de protecção adequada aos segmentos mais pobres da população, com uma maior flexibilidade cambial capaz de absorver choques externos e com reformas estruturais dirigidas ao reforço da governação e ao incentivo ao crescimento impulsionado pelo sector privado. Segundo o FMI, estas acções devem avançar de forma coordenada, porque nenhuma delas, isoladamente, é suficiente para responder ao actual nível de vulnerabilidade. 

Sem Reformas, Riscos Aumentam

A missão conclui que, sem acção política firme, as vulnerabilidades poderão intensificar-se e comprometer a estabilidade macroeconómica. As projecções actuais — crescimento de 2,5% e inflação de 4,9% — dependem de um compromisso claro com reformas estruturais e estabilização fiscal.

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