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AACB de 2024: África precisa de integração e interoperabilidade entre os vários sistemas de pagamento, defende Rogério Zandamela

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  • Bancos Centrais Africanos reunidos em Maputo, debatem ‘ Desenvolvimento dos Sistemas de Pagamento para a Promoção da Inclusão Financeira e Comércio Intra-Africano

A Associação dos Bancos Centrais Africanos (AACB), esta reunida na capital moçambicana, Maputo, num semanário cujo tema é, “Desenvolvimento de Sistemas de Pagamento para a Promoção da Inclusão Financeira e do Comércio Intra-Africano: Desafios e Oportunidades”.

Esta é a primeira vez que Moçambique acolhe este evento, e nele participam 23 bancos centrais africanos, em um seminário considerado   particularmente importante e oportuno, a medida que que se testemunha o movimento das forças da desglobalização da economia mundial, facto que, no entender dos bancos centrais africanos, confere ao continente uma oportunidade de fazer um balanço das questões comerciais intra-africanas.   

Discursando na abertura do evento, o Governador do Banco de Moçambique, na qualidade de anfitrião, afirmou que 

para impulsionar o comércio intra-africano e continuar a melhorar a inclusão financeira em África, é necessário um sistema de pagamentos eficiente e seguro. 

“Por um lado, não obstante os notáveis progressos registados nos últimos anos, o continente Africano está ainda longe de atingir os níveis desejáveis de inclusão financeira, uma vez que cerca de metade da nossa população continua excluída, o que é cerca de duas vezes superior à média mundial. 

Por outro lado, os progressos no comércio intra-africano têm sido particularmente muito lentos”. Contextualizou.

Nos últimos 10 anos, o comércio intra-africano cresceu 4%, representando apenas 14% do total das exportações africanas, comparado com o potencial inexplorado de 43% das exportações intra-africanas (cerca de 22 mil milhões de dólares).

Por isso, sublinhou o Governador do Banco de Moçambique, é da maior importância que se continue a aprimorar os sistemas de pagamentos regionais para fazer face aos desafios atinentes ao comércio intra-Africano e a inclusão financeira.

Destacou Zandamela, três plataformas regionais de pagamento e liquidação na região, designadamente, o Sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC-RTGS), (ii), o Sistema de Pagamentos e de Liquidação da Comunidade da África Oriental e, (iii) o Sistema Regional de Pagamentos e de Liquidação do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA). 

Rogério Zandamela afirmou perante o quadro do sistema de pagamentos intra-africanos, que no lugar de serem criadas várias plataformas de pagamento, o continente precisa de integração e interoperabilidade entre os vários sistemas para que sejam viabilizadas as aspirações continentais na matéria.

Por isso,  apelou no sentido de serem prosseguidas acções “em prol da harmonização dos quadros regulamentares e de supervisão”, ao mesmo tempo que esforços são empreendidos para  “acompanhar e mitigar os diferentes riscos, nomeadamente, a cibersegurança, o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo”.  

O sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações foi lançado em Acra, em 2022, ao abrigo do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana, promova o comércio intra-africano e a inclusão financeira. 

A desiderato é que o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações venha permitir pagamentos em moeda local entre os países africanos, reduzindo assim a dependência da liquidez em moeda estrangeira e dos custos de transacção, por forma a promover um aumento no volume de bens e serviços comercializados entre as economias africanas.

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