Actividade do sector privado caminha para estabilização

O início do quarto trimestre de 2020 ficou marcado por um sector privado a caminhar para a estabilização, revelam dados mais recentes do inquérito PMI do Standard Bank. O Purchasing Managers’ Index™ (PMI™), principal valor calculado pelo inquérito, situou-se em 48,1 em Outubro, abaixo do limiar de crescimento de 50, revelando uma pequena deterioração das condições associadas ao sector privado pelo oitavo mês consecutivo.

O índice principal subiu de 46,6, em Setembro, para 48,1 no mês passado, o valor mais elevado desde Março – mês que antecedeu a chegada da COVID-19 a Moçambique. Em um comunicado a imprensa, o Standard Bank refere que “os indícios de aumento da procura, à medida que as empresas recuperaram do confinamento decorrente da doença por coronavírus 2019 (COVID-19), ajudaram a fazer com que, em outubro, o sector privado caminhasse para a estabilização”.

Não obstante a redução a um ritmo mais lento dos níveis de produção registados em Outubro, a confiança empresarial atingiu o valor mais baixo dos últimos quatro anos. Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank, referiu que “ a atividade económica e a confiança nos negócios em Moçambique, continuam deprimidos e a sofrer as consequências negativas decorrentes da pandemia de COVID-19, dos desafios relacionados com a insegurança e do alcance limitado das políticas monetária e fiscal que visam promover a recuperação”.

O número de encomendas também diminuiu a um ritmo inferior no mês de Outubro, tendo registado a menor diminuição dos últimos sete meses. Paralelamente, “ao longo do mês de Outubro, as empresas moçambicanas aumentaram também os seus preços de venda pelo quarto mês consecutivo”.
Relativamente as contratações pelas empresas, a fonte refere que: “apesar do aumento registado, em setembro, o emprego voltou a diminuir ligeiramente, em outubro, devido a uma ausência contínua de saturação da capacidade de produção”.

Refira-se que, desde a chegada da pandemia da COVID-19 a Moçambique, o sector privado vem indicando uma deterioração consistente da saúde da economia, traduzida por quedas ininterruptas na produção e redução de postos de trabalho. Numa análise prospectiva da economia nacional, Mussá avança que espera-se que “ a economia supere a recessão apenas durante o segundo trimestre de 2021, podendo alcançar um crescimento médio de 2% para o ano como um todo, que contrasta com a previsão, para este ano, que prognostica uma contração de 1,3%”.