
Activos imobiliários dos Aeroportos deverão ser determinantes na recuperação da empresa
Encontrando-se neste momento numa trajectória de recuperação e crescimento, confirmados pelo crescimento em 3.3% no volume de negócios, a actividade desenvolvida em 2021 caracterizou-se por resultados líquidos positivos de 1,825,950,321MT, o que representa uma reversão à uma tendência de resultados líquidos negativos realizados no período homólogo de 2020 (-3,434,753,954MT, a empresa Aeroportos de Moçambique, está empenhada em encontrar formas alternativas para o autofinanciamento das suas actividades e, nesse sentido, os seus activos ociosos deverão sair dessa situação para terem um papel instrumental na consolidação orçamental da empresa.
Embora sem determinar em quanto estão avaliados esses activos, mas reiterando que tem um enorme valor e distribuídos por quase todo o País, são enormes porções de terras em locais que outrora tinham utilidade para a gestão do trafego aéreo, mas que, por várias razões, fundamentalmente, o desenvolvimento tecnológico no ramo aeroportuário, tornaram-se inúteis para essa finalidade.
“Sabe que a Aeroportos tem sob sua gestão, vinte aeroportos, desses, onze são principais que estão nas capitais provinciais, para além de Vilanculos e Nacala, mas temos alguns aeródromos que estão em alguns distritos, por exemplo em Lumbo, em Songo, em Mocímboa da Praia, temos em Bilene, na Ponta de Ouro, então temos vários terrenos porque, anteriormente havia, para além de do próprio aeroporto onde aterra o avião, o centro emissor, ali onde ficavam antenas grandes. Hoje em dia, com o advento da tecnologia, foram desativados esses centros e tudo está concentrado no aeroporto, então ficamos com esses terrenos, estão fora dos aeroportos, mas estão dentro e bem localizados nas cidades, portanto, vamos desenvolver projectos imobiliários, em vez de mantê-los ociosos assim como estão”. Começou por dizer o Administrador Saíde Júnior.
“O impacto vai ser brutal”, acrescentou. Para depois explicar que a Empresa Aeroportos de Moçambique tem, fundamentalmente, duas fontes de receita, a aeronáutica, aquela que tem a ver com a aviação civil, e a não aeronáutica que tem que ver com outros serviços prestados nas áreas ou instalações dos próprios aeroportos.
Actualmente, as receitas da empresa Aeroportos são, aproximadamente, 87% dependentes da aviação e os restantes 13% dependem da não aviação. E as experiências com a Covid-19 mostraram necessidade de equilibrar as fontes de receitas. “Nós queremos fazer com que, pelo menos, estejamos num nível dos 45-60%”, disse o Administrador Saíde Junior.
A liquidez geral em 2021 (42%) registou um aumento em 4 pontos percentuais comparativamente ao período homólogo do ano anterior, o que revela que a empresa tem estado a recuperar a capacidade para fazer face as suas dívidas de curto prazo, usando o activo corrente na sua íntegra. Este fenómeno é justificado pelo efeito combinado do aumento da rubrica de clientes e redução das responsabilidades económicas de curto prazo, com maior destaque para a liquidação da dívida com o Exim Bank-China.
O nível de endividamento da empresa em 2021 decresceu 5 pontos percentuais, atingindo 98%, contra 103% fixados em 2020, o que confirma a reversão a situação de falência técnica, que indicava total e completa dependência de seus credores.
A ideia da empresa passa também por transformar as áreas dos aeroportos, que não sejam as pistas de aterragem, em centros de investimentos, no contexto da reorientação estratégica do seu negócio, impulsionando actividades ou fontes de receitas do segmento o não aeronáutico, implantando centros de negócios.
“Não queremos que seja apenas um centro de compras dos passageiros que estão em trânsito”, disse Saíde Júnior.
A par da rentabilização dos activos neste momento ocioso através da implantação de projectos imobiliários quer sejam de nível hoteleiro, residencial e cidadelas, as próprias infraestruturas aeroportuárias serão intervencionadas. Pelo menos quatro aeroportos deverão ser reformados, a curto prazo, nomeadamente, Beira, Pemba, Nampula e Quelimane, e está projectado a construção de um novo Aeroporto em Inhambane.
Por exemplo, a intervenção no aeroporto de Pemba, deverá comportar a extensão da pista para entre 600 a 800 metros, permitindo aterrar aviões de grande porte, Boeing 767 por exemplo, que carrega entre 200-250 passageiros. A ideia ‘’é atrair maior tráfego dos ramos do turismo e negócios. No segmento turístico, o eixo Roma-Zanzibar, está na mira para que se estenda a Pemba.
“Temos esse projecto em manga e posso lhe adiantar, desde já, fizemos as nossas estimativas e vai nos custar de 30-35 milhões de dólares e, neste momento, juntamente com o Governo Central e o Governo Provincial, estamos a fazer uma procura de fundos para podermos fazer a intervenção, numa primeira fase do Aeroporto de Pemba”. Respondeu quando perguntado sobre os detalhes das reformas em vista no Aeroporto de Pemba.