
Banco de Moçambique Contém Inflação, Mas Crédito à Economia Continua Limitado
- Banco de Moçambique manteve política prudente, com taxa MIMO em 10,25%;
- Massa monetária cresceu 10,9%, impulsionada por depósitos do sector privado;
- Crédito à economia subiu 6,2%, mas abaixo das necessidades de investimento;
- Taxa de juro à retalho manteve-se elevada, com prime rate em 17,20%;
- Metical registou relativa estabilidade, oscilando em torno de 63,5 MZN/USD;
- Inflação homóloga desacelerou para 5,8% em Junho de 2025, contra 9,6% no período homólogo de 2024.
O Balanço do PESOE 2025 – I Semestre, recentemente divulgado pelo Governo, mostra que o Banco de Moçambique conseguiu conter a inflação e estabilizar o metical no primeiro semestre de 2025. Contudo, os juros elevados e a limitada expansão do crédito continuam a travar o financiamento à economia real.
De acordo com o Balanço do PESOE 2025 – I Semestre, a política monetária foi marcada pela manutenção da taxa MIMO em 10,25%, uma decisão justificada pelo Banco de Moçambique como necessária para conter as pressões inflacionárias.
A massa monetária registou um crescimento de 10,9%, sustentado pelo aumento dos depósitos do sector privado. No entanto, o documento destaca que grande parte dessa liquidez foi canalizada para títulos de dívida pública, limitando o financiamento ao sector produtivo.
O crédito à economia cresceu 6,2%, concentrado nos sectores do comércio, agricultura e serviços. Apesar disso, o relatório reconhece que o ritmo de expansão continua insuficiente face às necessidades de investimento, sobretudo para pequenas e médias empresas.
No que diz respeito às taxas de juro à retalho, o relatório confirma que a prime rate manteve-se em 17,20%, tornando o acesso ao crédito dispendioso tanto para empresas como para famílias. Esta realidade reflecte a preferência dos bancos por aplicações em títulos do Tesouro, considerados de menor risco e maior rentabilidade.
No mercado cambial, o metical apresentou relativa estabilidade, oscilando em torno de 63,5 MZN/USD. Essa evolução foi favorecida pelas receitas de exportações, em particular de gás natural liquefeito, e por uma gestão activa das reservas internacionais, que se mantêm em níveis confortáveis, com cobertura equivalente a quatro meses de importações.
O documento salienta ainda que a inflação homóloga desacelerou para 5,8% em Junho de 2025, bem abaixo dos 9,6% registados no mesmo período de 2024. Esta evolução deveu-se sobretudo à estabilidade cambial e à queda dos preços internacionais de combustíveis e cereais.
Apesar dos resultados positivos, o relatório adverte que persistem riscos fiscais e de endividamento interno, que continuam a condicionar a capacidade de o Banco de Moçambique aliviar a política monetária sem comprometer a estabilidade macroeconómica.
O Balanço do PESOE 2025 – I Semestre evidencia que Moçambique conseguiu avanços significativos no controlo da inflação e na estabilização cambial, mas a manutenção de juros elevados e a fraca expansão do crédito permanecem como entraves centrais ao crescimento económico. O dilema entre estabilidade e dinamização produtiva continua a marcar a política monetária nacional.
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