Banco de Moçambique pondera ajustar a política monetária adoptada em 2023

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  • Com a inflação agora de volta ao centro do intervalo da meta, o Banco de Moçambique vai monitorar cuidadosamente a necessidade de ajustar a política monetária para continuar a cumprir o seu mandato de estabilidade de preços. Afirma o governador do Banco de Moçambique – BdM, Rogério Zandamela,

Rogério Zandamela, admite ajustar a política monetária adoptada no ano passado, face à contenção no aumento dos preços, segundo carta dirigida ao Fundo Monetário Internacional – FMI. 

Na carta com data de 19 de Dezembro e que integra a terceira avaliação e aprovação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, na sigla em inglês) a Moçambique, concluído este mês pelo FMI, Rogério Zandamela recorda que em Março de 2022, quando a inflação “ainda estava abaixo das metas”, a instituição reagiu a um “aumento esperado” dos preços e face ao “impulso económico após o levantamento das restrições relacionadas com a Covid-19”.

Essa reacção implicou o aumento da taxa directora (MIMO) em 200 pontos de base, de 13,25% para 15,25%, seguindo-se em Setembro de 2022 novo aumento na mesma proporção, ao que explica o governador. 

“Ao fazê-lo, a política do Banco de Moçambique visava prevenir proactivamente os riscos” com as expectativas de inflação no curto prazo, “evitando ao mesmo tempo o comprometimento da recuperação da procura”.

Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela

“A continuação da consolidação orçamental é importante para reduzir as necessidades de financiamento e conter as vulnerabilidades da dívida pública. Com expectativas de inflação bem ancoradas, consolidação fiscal em curso e o fraco crescimento do sector não mineiro, uma flexibilização gradual da política monetária é justificada”, considerou por sua vez o FMI na aprovação da terceira avaliação ao ECF.

 O Governador do Banco de Moçambique afirmou, em Novembro, que a actual desaceleração na inflação resultou da “postura restritiva da política monetária” adoptada nos últimos meses pelo Banco Central, mas sublinhou que “prevalecem elevadas incertezas”.

 Zandamela sinalizou que a inflação anual “tem vindo a desacelerar” desde o início do ano, tendo-se fixado em 4,6% em Setembro (fechou em 5,30% em Dezembro), “após ter atingido o pico de 12,9% em Agosto de 2022”. 

“Esta trajectória de desaceleração reflecte, essencialmente, o efeito combinado da estabilidade cambial e da postura restritiva da política monetária bem como da queda dos preços dos alimentos e combustíveis no mercado internacional”, observou. 

Acrescentou que “prevalecem elevadas incertezas quanto à magnitude dos impactos dos riscos” actuais, nomeadamente a partir do exterior, “amplificadas pela volatilidade nos mercados financeiros, o que tem exigido uma actuação da política monetária cada vez mais prudente”.

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