
Bharat Petroleum Assegura Direitos de Comercialização de GNL no Projecto Mozambique LNG
Petrolífera estatal indiana reforça posição estratégica na Área 1 da Bacia do Rovuma e prepara-se para canalizar gás natural moçambicano para o mercado global.
Questões-Chave:- A Bharat Petroleum Corporation Limited (BPCL) confirmou ter assegurado os direitos de comercialização (marketing rights) de GNL no projecto Mozambique LNG, em Cabo Delgado;
- O activo, liderado pela TotalEnergies, é considerado de classe mundial, com cerca de 70 triliões de pés cúbicos de recursos recuperáveis e capacidade inicial de 13,1 milhões de toneladas por ano;
- A participação de 10% da BPCL garante acesso directo à quota de produção, reforçando a segurança energética da Índia e a diversificação das suas fontes de abastecimento;
- Apesar dos avanços no financiamento e da melhoria do quadro de segurança, até 2026 a retoma física das obras em Afungi ainda não se concretizou, mantendo o projecto em fase preparatória;
- O Governo moçambicano continua a encarar a retoma como crucial para receitas fiscais, criação de emprego e dinamização da economia nacional.
A Bharat Petroleum Corporation Limited (BPCL), companhia estatal indiana de petróleo e gás com sede em Mumbai, anunciou que assegurou os direitos de comercialização de gás natural liquefeito (GNL) no projecto Mozambique LNG, operado pela francesa TotalEnergies na Área 1 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado. O anúncio foi feito pelo Presidente do Conselho de Administração e Director-Geral da BPCL, Sanjay Khanna, que descreveu o empreendimento como um activo de classe mundial, fundamental para a transição energética global.
Segundo o discurso de Sanjay Khanna na assembleia-geral anual da BPCL, os direitos de comercialização concedem à empresa a possibilidade de gerir e colocar no mercado internacional a quota de GNL correspondente à sua participação de 10% na Área 1. O executivo sublinhou que esta conquista reforça a segurança energética da Índia, permitindo ao país diversificar origens de fornecimento e fortalecer a presença em activos estratégicos em África.
O projecto Mozambique LNG, localizado em Afungi, distrito de Palma, representa um investimento inicial de cerca de 20 mil milhões de dólares norte-americanos e prevê duas linhas de liquefacção com capacidade total de 13,1 milhões de toneladas por ano. Para além da TotalEnergies, que lidera com 26,5%, o consórcio integra a Mitsui (20%), a ENH moçambicana (15%), a ONGC Videsh (10%), a Beas Rovuma Energy (10%), a BPCL (10%) e a tailandesa PTTEP (8,5%).
Após a suspensão das actividades em 2021, motivada pela insegurança em Cabo Delgado, o projecto continua em fase de preparação para a retoma. Embora em 2025 tenham sido anunciadas melhorias no quadro de segurança, bem como o reforço de financiamento internacional — com destaque para a aprovação de 4,7 mil milhões de dólares pelo U.S. EXIM Bank —, até 2026 não há indícios de que as obras físicas tenham sido efectivamente reiniciadas. As negociações entre o Governo moçambicano, a TotalEnergies e os parceiros mantêm-se activas, procurando criar as condições necessárias para que a construção seja retomada de forma sustentável e segura.
Para Moçambique, o relançamento do projecto continua a ser visto como decisivo para o futuro económico. As exportações de GNL da Bacia do Rovuma têm potencial para gerar receitas fiscais robustas, criar milhares de postos de trabalho directos e indirectos, e impulsionar cadeias de fornecimento locais. O Governo destaca ainda que os investimentos associados poderão dinamizar sectores complementares como a logística, a energia e a prestação de serviços.
A BPCL já tinha firmado previamente um acordo de compra de cerca de 1 milhão de toneladas de GNL por ano proveniente do Mozambique LNG, assegurando mercado para parte da sua quota. Com os direitos de comercialização agora confirmados, a empresa indiana poderá não só garantir fornecimento interno, mas também actuar como fornecedor no mercado global de gás natural, num momento em que a procura por energias de menor intensidade carbónica ganha relevo.
Ao reforçar a sua presença no projecto, a BPCL consolida a posição da Índia como actor relevante no futuro da energia global, enquanto Moçambique procura transformar as suas descobertas em ganhos económicos sustentáveis, dependentes, no entanto, da efectiva retoma da construção em Afungi.
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