
CFM Logistics Retoma Serviços Marítimos em Pemba e Reforça Papel Estratégico no Sector de Petróleo e Gás
Questões-Chave:
- Serviços marítimos garantem operações portuárias seguras, eficazes e regulares;
- Rebocadores e barcos-piloto são infra-estruturas críticas na cadeia de valor do petróleo e gás;
- CFML aposta em soberania logística e conteúdo local como activos estratégicos;
- Porto de Pemba reposicionado como base operacional para o Projecto Coral Norte.
Operação marca reactivação logística do Porto de Pemba com investimento de USD 3 milhões e aposta na eficiência portuária para projectos offshore
A CFM Logistics (CFML) assinalou, no passado dia 16 de Julho de 2025, a retoma oficial dos seus serviços marítimos no Porto de Pemba, província de Cabo Delgado, com a introdução do rebocador ParaSea Two e de um barco-piloto como equipamentos operacionais residentes. Trata-se de uma acção que representa um passo decisivo na revitalização do Porto de Pemba e reafirma o papel da empresa como operador nacional estratégico na cadeia logística da indústria de petróleo e gás em Moçambique.
A Infraestrutura Invisível Que Move o Gás Natural
Os serviços marítimos — que incluem manobras de atracação e desatracação de navios, operações de reboque, pilotagem e apoio portuário — constituem a base invisível, mas essencial do funcionamento de qualquer porto moderno. No caso do Porto de Pemba, cujo papel é cada vez mais central na logística offshore da Bacia do Rovuma, estes serviços assumem uma importância acrescida.
Os rebocadores são responsáveis por garantir a segurança das manobras de grandes embarcações em zonas confinadas, assistindo-as na aproximação aos cais, evitando acidentes e assegurando a fluidez das operações. Já os barcos-piloto transportam os profissionais que conduzem as embarcações em segurança até aos terminais, através de navegação especializada em águas locais. Sem estes meios, as operações portuárias tornam-se ineficazes, arriscadas e, frequentemente, insustentáveis.
Uma Resposta Concreta a um Problema Real
O reinício da operação marítima surge após um longo período de indisponibilidade do rebocador Pungue, que comprometeu severamente o tráfego de navios na baía e reduziu o volume de carga manuseada no Porto de Pemba. A ausência de serviços essenciais causou frustração entre os operadores locais e uma quebra visível nas oportunidades de negócio e geração de emprego na região.
A resposta da CFML a esta situação crítica traduziu-se num investimento de 3 milhões de dólares norte-americanos, destinados à contratação do rebocador ParaSea Two e à reactivação imediata dos serviços marítimos. O CEO da CFML, Hélder Chambal, descreve a acção como “um acto de soberania logística” que visa restabelecer a confiança na infraestrutura e preparar o terreno para a prestação de serviços offshore altamente especializados no contexto do Projecto Coral Norte.
“Esta nossa presença em Pemba é parte do processo de preparação. Queremos que empresas moçambicanas sejam actores relevantes na indústria de petróleo e gás”, afirmou Chambal.
Ganhos de Eficiência, Competitividade e Emprego
A reactivação dos serviços marítimos representa um ganho operacional imediato para as linhas de navegação, agentes portuários e operadores da indústria extractiva. Com o apoio do ParaSea Two e do barco-piloto, o porto volta a garantir manobras fiáveis e regulares, criando condições para que grandes embarcações comerciais e técnicas possam operar com previsibilidade e segurança.
A nível estratégico, a CFML posiciona-se como elo fundamental na cadeia de valor do petróleo e gás — desde a recepção de equipamentos e materiais até ao suporte logístico de plataformas offshore. Esta presença operacional directa permite não só reduzir a dependência de operadores estrangeiros, mas também consolidar práticas de conteúdo local e maximização do valor económico retido no país.
De acordo com os planos da empresa, o número de trabalhadores no Porto de Pemba deverá passar de 10 para 30 ainda este ano, com a meta de atingir 200 até 2029. Mais de 95% da mão-de-obra actualmente afecta é proveniente da província de Cabo Delgado, demonstrando um compromisso activo com o desenvolvimento local.
Uma Base Estratégica para o Offshore
O Presidente do Conselho de Administração da CFML, Joaquim Zucule, sublinhou que o mandato da CFML vai além da logística tradicional, envolvendo-se directamente com os desafios do sector energético. “O que hoje testemunhamos é a materialização de um plano estratégico que inclui serviços de reboque offshore e a construção de um novo rebocador próprio para Pemba, cujo investimento rondará os 12 milhões de dólares”, afirmou.
Zucule reforçou ainda que esta presença não se limita a Pemba: “Temos planos concretos para operar em Nacala, Mocímboa da Praia e outros pontos estratégicos da Bacia de Rovuma, com o objectivo de criar valor em toda a rede de cabotagem e logística marítima nacional.”
Conteúdo Local e Soberania Económica
Durante a cerimónia, o Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, destacou que a entrada da CFML representa um acto de soberania económica e logística, e constitui um exemplo claro da importância de garantir o “conteúdo local, local-local”. O governante reforçou o apelo para que empresas moçambicanas liderem soluções e serviços ao sector de gás natural.
“Queremos com empresas moçambicanas, como a CFML, reafirmar a nossa resiliência e capacidade para ultrapassar os desafios logísticos, económicos e sociais do nosso tempo”, declarou.
Uma Nova Era para Pemba
A retoma dos serviços marítimos pela CFML não é apenas uma medida correctiva: é o início de uma nova era para o Porto de Pemba. Integrada na estratégia nacional para a logística e para o aproveitamento sustentável dos recursos naturais, esta acção reafirma o papel que o Norte de Moçambique pode e deve desempenhar na economia nacional e regional.
A operação representa mais do que barcos no mar — é a construção de confiança, eficiência e ambição num dos sectores mais estratégicos do país.
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