
Chapo acusa “antro de corruptos” na LAM e anuncia reestruturação profunda para restaurar a companhia de bandeira
- Chefe de Estado moçambicano denuncia conflitos de interesse e esquema de comissões na empresa pública e promete medidas drásticas para limpar a gestão e dotar a LAM de aviões próprios
O Presidente da República, Daniel Chapo, fez acusações contundentes esta segunda-feira, ao revelar a existência de um “antro de corruptos, nhonguistas e boladores” na Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), durante a apresentação do balanço dos primeiros 100 dias de governação. Face ao impasse na aquisição de novas aeronaves, o Chefe de Estado prometeu uma reestruturação integral da companhia aérea nacional.
O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, denunciou publicamente esta segunda-feira a existência de graves irregularidades na gestão da Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), acusando a empresa de se ter tornado num “antro de corruptos” e comprometendo-se a conduzir uma reestruturação profunda para resgatar a integridade da transportadora de bandeira.
Num discurso carregado de críticas, proferido durante a cerimónia de balanço dos primeiros 100 dias de governação, Chapo revelou que uma das acções prioritárias — a aquisição de três aeronaves para reforçar a frota da LAM — foi sabotada internamente por “raposas” e “gatos”, metáforas que utilizou para descrever a alegada captura da empresa por interesses privados.
“Descobrimos que, dentro da nossa empresa, há pessoas com conflitos de interesse. Não lhes interessa que a LAM tenha aviões próprios; interessa-lhes que a LAM continue a alugar aviões, porque com o aluguer de aviões ganham comissões”, denunciou.
Concurso cancelado e reestruturação em curso
Devido às descobertas, o Presidente ordenou o cancelamento do concurso para aquisição das aeronaves e anunciou o início de um processo de reestruturação profunda da companhia.
“Vamos reestruturar pessoas. Vamos mandá-las para casa, e vamos colocar pessoas competentes que queiram trabalhar para o povo moçambicano e não para interesses individuais ou de grupos”, afirmou.
O Chefe de Estado destacou ainda um episódio revelador: alguns quadros da LAM deslocaram-se à Europa para inspeccionar aviões supostamente destinados à compra, mas, após 15 dias de viagem, regressaram sem terem inspeccionado uma única aeronave, um facto que, segundo Chapo, ilustra o nível de disfunção instalado.
“Depois da tempestade virá a bonança”
Reconhecendo a gravidade da situação e o impacto no orgulho nacional, Chapo apelou à paciência dos moçambicanos, assegurando que a actual fase de dor e decepção será transitória.
“Esta é uma fase que estamos a passar, mas depois da tempestade vem a bonança. Vamos até às últimas consequências para que a LAM tenha aviões próprios e possa voar com orgulho”, prometeu.
Mensagem para o aparelho de Estado: “Fazer diferente para obter resultados diferentes”
Para além da LAM, Daniel Chapo aproveitou a ocasião para reiterar um princípio mais amplo da sua governação: a necessidade de agir com integridade e eficácia em toda a Administração Pública.
“Reafirmo: é preciso fazer diferente para obter resultados diferentes. Dos ministros, servidores e gestores públicos não espero a repetição da situação que vimos na LAM”, sublinhou.
Conclusão: um teste à nova abordagem de governação
O processo de reestruturação da LAM surge como um dos primeiros grandes testes à estratégia de renovação do Estado defendida por Chapo. A capacidade de enfrentar interesses instalados, limpar práticas lesivas ao erário público e restituir à companhia aérea a sua viabilidade operacional será um indicador chave da determinação e eficácia do novo ciclo de governação.
O país aguarda agora os próximos passos, num contexto em que a credibilidade do próprio projecto de renovação do Estado poderá estar em jogo.
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