
China Afirmada Como Parceiro Estratégico Global De Moçambique No Caminho Da Industrialização E Do Crescimento Sustentável
Questões-Chave
- China consolidou-se como segundo maior investidor estrangeiro em Moçambique entre 2021 e 2023;
- Comércio bilateral atingiu 5,19 mil milhões de dólares em 2024, com exportações moçambicanas de 1,81 mil milhões e importações de 3,38 mil milhões;
- Cooperação enquadra-se na ENDE 2025–2044, no PQG 2025–2029 e no PRECE 2025–2029, que prevê mobilizar 2,75 mil milhões de dólares e 800 milhões de dólares para financiamento empresarial;
- Parceria estratégica traduz-se em infra-estruturas estruturantes, modernização agrícola e transformação de recursos naturais;
- Governo projecta crescimento do PIB de 2,2% em 2024 para 6,3% em 2029, apoiado na industrialização e digitalização.
A República Popular da China foi reafirmada pelo Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, como parceiro estratégico global de Moçambique, num momento em que os dois países celebram cinquenta anos de relações diplomáticas. As declarações foram feitas em Maputo, na cerimónia do 76.º aniversário da fundação da China, onde o governante destacou o peso do comércio bilateral de 5,19 mil milhões de dólares em 2024 e a centralidade da cooperação sino-moçambicana no processo de industrialização e crescimento sustentável do país.
Valá salientou que as relações entre Moçambique e a China têm evoluído de forma consistente desde 1975, ano em que Pequim foi um dos primeiros países a reconhecer a independência nacional. Hoje, essa relação adquiriu um carácter de parceria estratégica global, abrangendo domínios tão diversos como infra-estruturas, energia, transportes, mineração, agricultura, educação, saúde, digitalização e turismo.
Do ponto de vista económico, os números consolidam essa posição. Em 2024, o comércio bilateral alcançou 5,19 mil milhões de dólares, dos quais 1,81 mil milhões de dólares correspondem a exportações moçambicanas, compostas essencialmente por carvão mineral, castanha de caju, feijão-bóer e macadâmia. Estes produtos beneficiaram de tarifas zero e protocolos fitossanitários, que facilitaram o acesso ao vasto mercado chinês. As importações a partir da China somaram 3,38 mil milhões de dólares, incluindo maquinaria pesada, materiais de construção, equipamentos electrónicos e bens de consumo.
A presença chinesa em Moçambique também se consolidou no investimento directo estrangeiro. Entre 2021 e 2023, a China ocupou a posição de segundo maior investidor estrangeiro no país, com projectos estruturantes que já marcam a paisagem económica e social moçambicana. Entre os exemplos mais emblemáticos, destacam-se a ponte Maputo–Katembe, a Circular de Maputo, o Centro de Tecnologias Agrárias em Boane e o Projecto Wanbao, em Gaza, considerado uma das maiores plantações de arroz do país e com forte impacto na segurança alimentar e no emprego rural.
Valá frisou que esta cooperação está plenamente alinhada com os instrumentos nacionais de planificação, nomeadamente a Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE 2025–2044), o Programa Quinquenal do Governo (PQG 2025–2029) e o recém-aprovado Plano de Recuperação e Crescimento Económico (PRECE 2025–2029). Este último prevê a mobilização de 2,75 mil milhões de dólares e a disponibilização de 800 milhões de dólares para financiamento empresarial, através de instrumentos como o Fundo de Desenvolvimento Económico Local (FDEL), o Fundo de Garantia Mutuária e o Banco de Desenvolvimento.
Segundo as projecções do Governo, estas medidas, apoiadas pela cooperação sino-moçambicana, permitirão que o PIB cresça de 2,2% em 2024 para 6,3% em 2029. Esse crescimento deverá ser sustentado pela industrialização, modernização agrícola, digitalização e pela transformação dos recursos naturais em produtos de maior valor acrescentado.
Na sua intervenção, Valá deixou claro que a cooperação com a China é mais do que um exercício diplomático: é uma estratégia para construir a independência económica de Moçambique, transformando os recursos e infra-estruturas em factores de crescimento sustentável. “Queremos que esta parceria continue a ser um farol de progresso, onde Moçambique e China caminham lado a lado, com coragem, inovação e esperança, construindo um futuro inclusivo e sustentável”, concluiu.



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