
Com £200 milhões – Reino Unido intensifica o apoio financeiro à adaptação climática em África
O Reino Unido anunciou um aumento significativo, cerca 200 milhões de libras esterlinas, no seu apoio financeiro aos países africanos mais pobres que suportam o peso das alterações climáticas.
Falando ao lado dos líderes africanos na COP27 na cidade egípcia de Sharm El Sheikh, o Ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, confirmou que o Reino Unido fornecerá 200 milhões de libras à Janela de Ação Climática do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, um novo mecanismo criado para canalizar o financiamento climático para ajudar os países vulneráveis a adaptarem-se aos impactos das alterações climáticas.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, afirmou que “as alterações climáticas estão a ter um impacto devastador em alguns dos países mais pobres da África Subsaariana, mas historicamente receberam uma pequena proporção do financiamento climático”, para depois acrescentar que “ o novo mecanismo do Banco Africano de Desenvolvimento deverá assegurar que os fundos vitais sejam entregues aos mais afetados pelos impactos das alterações climáticas, muito mais rapidamente”.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido observou ainda que o acesso ao financiamento climático para as economias emergentes foi um ponto central na COP26 em Glasgow e e disse estar satisfeito por ver progressos tangíveis a serem feitos.
As alterações climáticas têm um impacto desproporcionado nos 37 países mais pobres e com menos acesso ao crédito em África. Nove em cada dez países mais vulneráveis às alterações climáticas encontram-se em África.
O Pacto Climático de Glasgow incluiu um compromisso dos doadores para duplicar o financiamento da adaptação entre 2019 e 2025.
O Primeiro-Ministro britânico, Rishi Sunak, anunciou no fim de semana que o Reino Unido ultrapassará essa meta e triplicará o financiamento da adaptação de 500 milhões de libras em 2019 para 1,5 mil milhões de libras até 2025. Este pacote de financiamento fornecido ao Banco Africano de Desenvolvimento será 100% destinado à adaptação.
O Primeiro-Ministro também confirmou ontem que o Reino Unido está a cumprir o objetivo de gastar 11,6 mil milhões de libras no Financiamento Internacional do Clima (ICF) entre 2021/22 e 2025/26.
O Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, saudou o financiamento adicional do Reino Unido, que classificou de importante, e que servirá para a a capitalização da Janela de Ação Climática do Fundo Africano de Desenvolvimento que procura angariar mais financiamento para apoiar os países africanos vulneráveis de baixo rendimento que são mais afectados pelas alterações climáticas.
“Este movimento ousado e o apoio do Reino Unido irão reforçar os nossos esforços coletivos para construir a resistência climática para os países africanos. Com secas cada vez mais frequente, inundações e ciclones que são devastadores para a economia, o apoio do Reino Unido à adaptação climática é oportuno, necessário e inspirador para colmatar a lacuna de financiamento da adaptação climática em África“. Disse Akinwumi Adesina, que encorajou, na ocasião outros países, a seguir “esta liderança em matéria de adaptação climática demonstrada pelo Reino Unido“.