Conselho Municipal Maputo admite que espaços nos mercados são insuficientes, informais continuarão nos passeios até a criação de condições adequadas

O Presidente do Município de Maputo, Rasaque Manhique, reconheceu, na ultima sexta-feira, 17/05, que os mercados formais existentes na urbe não são suficientes para albergar todos vendedores que actualmente exercem a sua actividade informalmente nos passeios da capital moçambicana.

Por isso, Manhique assegurou que a edilidade não vai tirar os informais dos passeios até que sejam criadas condições para acomodá-los.

A decisão surge pela sensibilidade que a edilidade diz ter para com os informais e a noção de que o município ainda não dispõe de mercados suficientes capazes de acolher todos os vendedores.

Contudo, Manhique garantiu que as campanhas de sensibilização vão continuar para que o negócio informal na capital do País seja, agora, exercido de forma organizada.

“Não nos vale colocar na rua polícias, cães e carros para expulsarem os vendedores informais quando não temos um lugar para dizer onde as pessoas devem ir”, afirmou o edil.

Manhique falava no encontro que manteve com os vendedores informais, no âmbito da reorganização da actividade que só na baixa da cidade de Maputo junta milhares de pessoas, tornando os passeios intransitáveis.

Disse que, para já, a prioridade deve ser mobilizar esforços no sentido de garantir que, primeiro, os vendedores tenham um mercado e, depois, seguir-se com a sua retirada dos passeios.

Manhique disse estar em construção um mercado no Centro Emissor em Laulane, arredores da cidade de Maputo. “O que devemos fazer com os poucos recursos é acelerar o passo para que possamos transferir os nossos vendedores para lá”.

À par disso, o edil exortou aos agentes da polícia municipal para que não confisquem os produtos dos vendedores informais, por considerar que “a polícia não pode lutar com os vendedores, da mesma forma que os vendedores devem respeitar a polícia municipal”. 

Por sua vez, a representante da Comissão dos Vendedores Informais, Mara Chipa, disse ser uma medida que chega em bom tempo e vista com bons olhos e, por isso, assegurou que os vendedores vão trabalhar em estreita colaboração com a edilidade.

“Nós temos a agradecer o que o presidente disse e vamos trabalhar com o município para nos ajudar”, assegurou.

As afirmações do edil de Maputo coincidem com os primeiros 100 dias da sua governação.