• COP27 termina com a aprovação de um fundo de compensação pelos danos climáticos sofridos pelos países mais pobres e “particularmente vulneráveis” às alterações do clima
  • A União Europeia mostrou-se desapontada com o acordo, a França e a Alemanha lamentaram “a falta de ambição climática”.

Terminou a COP27 em Sharm el-Sheik, no Egito, com a aprovação de um fundo de compensação pelos danos climáticos sofridos pelos países mais pobres e “particularmente vulneráveis” às alterações do clima, mas sem novas ambições para a redução dos gases com efeito estufa

Após longas e difíceis negociações, a COP27 terminou na madrugada deste domingo, 20/11, com a aprovação de um texto muito controverso sobre ajuda aos países pobres afectados pelas mudanças climáticas, mas sem novas ambições para a redução de gases com efeito estufa.

A declaração final apela a uma redução “rápida” das emissões, mas sem novas ambições face à última COP em Glasgow, em 2021.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou que a COP 27 não tenha sido capaz de responder à urgência de reduzir drasticamente a emissões de gases com efeito estufa. Por seu lado, a União Europeia mostrou-se desapontada com o acordo, a França e a Alemanha lamentaram “a falta de ambição climática”.

No entanto, esta COP27 ficou marcada pela adopção de uma resolução emblemática, descrita como histórica pelos seus promotores, sobre a reparação dos danos causados ​​pelas alterações climáticas já sofridos pelos países mais pobres.

A questão das “perdas e danos” nos países mais pobres foi um dos pontos de discórdia durante a conferência, antes de ser objecto de um texto de compromisso de última hora que deixou muitas perguntas sem resposta, mas reconhecendo o princípio da criação de um fundo financeiro específico.

O texto sobre a redução de emissões também foi muito contestado, com muitos países a denunciar um retrocesso em relação às ambições definidas em conferências anteriores. Em particular sobre o objectivo mais ambicioso do acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial, o que, no entanto, é reafirmado na decisão final.

Os actuais compromissos dos países signatários do acordo não permitem cumprir esse objectivo, nem mesmo o de conter o aumento da temperatura para 2°C em relação à era pré-industrial, altura em que os humanos começaram a usar em massa combustíveis fósseis responsáveis pelo aquecimento global.

A questão da redução do uso de combustíveis fósseis, causa do aquecimento global, é igualmente pouco mencionada na maioria dos textos climáticos. Todavia, o desenvolvimento das renováveis ​​é alvo de uma menção inédita a par das energias de “baixa emissão”, expressão geralmente aplicada à energia nuclear.

As modalidades de implementação do fundo terão de ser elaboradas por uma comissão especial, para serem adotadas na próxima COP28, no final de 2023, nos Emirados Árabes Unidos.

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