
COP29 em contagem decrescente: Financiamento climático e futuro da energia em negociação
A cimeira climática COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, aproxima-se do seu encerramento, com apenas dois dias restantes para alcançar um consenso sobre o financiamento climático e a transição para sistemas de energia limpa. Um dos principais objectivos da cimeira é estabelecer um novo alvo financeiro para apoiar países em desenvolvimento, substituindo o compromisso actual de 100 mil milhões de dólares anuais, que expira em 2025. Especialistas defendem que o novo valor deve atingir 1 bilião de dólares anuais até o final da década.
Durante a primeira semana, os negociadores abordaram questões como mercados de carbono, o futuro dos combustíveis fósseis e medidas para limitar o aumento das temperaturas globais. Com os principais itens ainda sem acordo, os textos preliminares foram agora entregues aos ministros, que usarão a sua influência política para finalizar os compromissos necessários
Definição de estruturas e novos modelos de financiamento
As discussões centram-se em definir o que constitui financiamento climático e quais países devem contribuir. Somente após estas definições será possível avançar para o valor exato do novo alvo financeiro. Entre as opções em análise estão impostos sobre combustíveis fósseis, taxas sobre os super-ricos e até tributos relacionados ao uso de criptomoedas.
Uma proposta destacada pela Força-Tarefa de Solidariedade Global, liderada por França, Barbados e Quénia, prevê a criação de um imposto climático sobre a extração de combustíveis fósseis, estimando arrecadar 216 mil milhões de dólares anuais com uma taxa de 5 dólares por tonelada extraída. Outra sugestão é uma taxa global de 2% sobre a riqueza dos cerca de 3.000 bilionários mundiais, que poderia gerar aproximadamente 250 mil milhões de dólares anuais. Um imposto global sobre o consumo energético em criptomoedas, por sua vez, tem o potencial de arrecadar 5,2 mil milhões de dólares, segundo o FMI.
Próximos passos e expectativas
Com a publicação do texto final prevista para quarta-feira à noite, os ministros enfrentam a tarefa de transformar as várias opções de redação num documento que possa ser aprovado por consenso no encerramento da cimeira. Além do financiamento climático, o futuro dos combustíveis fósseis permanece um ponto de discórdia, com alguns países defendendo uma transição mais gradual, enquanto outros pressionam por compromissos mais ambiciosos.
O resultado final da COP29 será decisivo para definir a direçcão da acção climática global nos próximos anos, especialmente no que diz respeito ao apoio às nações mais vulneráveis e à mitigação dos impactos das alterações climáticas. Com o prazo a aproximar-se rapidamente, o mundo aguarda com expectativa se os líderes globais conseguirão superar as diferenças e traçar um caminho unificado para um futuro mais sustentável.
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