
Corredor da Beira: Autoridades Apostam em Reposicionar a Infra-estrutura como Hub Logístico Regional
- Governo investe 290 milhões de dólares na modernização do Porto da Beira;
- Meta é elevar o peso do sector logístico no PIB de 8% para 20% até 2027;
- Fronteira de Machipanda é o maior nó de estrangulamento, com projectos para nova ponte, porto seco e simplificação alfandegária;
- Zimbabwe assegura financiamento chinês de 600 milhões de dólares para reforçar ligações com os portos moçambicanos;
- Corredores de Maputo e Nacala também em modernização para atrair mais carga regional.
O Governo de Moçambique está a executar um programa de investimentos avaliados em 290 milhões de dólares para modernizar o Porto da Beira e reposicionar o Corredor da Beira como plataforma logística regional. A iniciativa enquadra-se na meta de elevar a contribuição do sector de logística de 8% para 20% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2027, colocando o país como actor central nas cadeias de comércio da África Austral.
De acordo com a Agência de Informação de Moçambique (AIM), o director nacional de logística no Ministério dos Transportes e Logística, Fernando Ouana, reconheceu que o Porto da Beira opera sob forte pressão, com congestionamentos frequentes e capacidade limitada nos terminais de contentores e carga diversa. “Estamos a trabalhar para que, nos próximos anos, o Corredor da Beira esteja à altura das necessidades do país e da região, garantindo maior fluidez e competitividade ao comércio internacional”, sublinhou.
Os investimentos concentram-se na expansão da capacidade do terminal de combustíveis – dos actuais três milhões para cinco milhões de metros cúbicos – e na criação de novas infra-estruturas ligadas ao pipeline Beira-Harare, aliviando o trânsito de camiões cisterna e reduzindo os custos logísticos para o Zimbabwe, Zâmbia e outros mercados.
O maior desafio situa-se, porém, na fronteira de Machipanda, onde os transportadores chegam a aguardar dias para atravessar. O Governo prevê construir uma nova ponte de duplo sentido, um porto seco para processamento aduaneiro e relocalizar checkpoints, em articulação com as autoridades zimbabweanas. “A fronteira não pode continuar a ser um ponto de estrangulamento. Precisa de ser uma passagem rápida”, frisou Ouana.
O Zimbabwe, por seu lado, assegurou um empréstimo de 600 milhões de dólares da China para reforçar as ligações logísticas com Moçambique. Segundo o ministro das Minas e do Desenvolvimento Mineiro, Caleb Makwiranzou, parte significativa dos fundos será aplicada nos portos da Beira e de Nacala. “Vamos usar esse dinheiro para melhorar a nossa logística e a nossa conexão com Moçambique. O nosso ferro e outros minerais dependem da Beira”, declarou.
Paralelamente, decorrem investimentos estruturantes nos corredores de Maputo e de Nacala. Só no primeiro, os projectos ascendem a dois mil milhões de dólares e incluem a ampliação do Porto de Maputo e a modernização da fronteira de Ressano Garcia. Já o Porto de Nacala, o mais profundo da costa oriental africana, carece da extensão e modernização da linha férrea para atrair volumes consistentes de carga da Zâmbia e do Malawi.
A estratégia global do Executivo é transformar a logística num verdadeiro motor económico, explorando a posição geográfica privilegiada do país. “Moçambique pode viver de logística”, afirmou Ouana, enfatizando que a aposta nos corredores multimodais é crucial para materializar o potencial de hub regional e, simultaneamente, dinamizar a economia nacional.
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