Etiópia falha pagamento de dívida, tornando-se no mais recente incumpridor africano

0
725
  • Caduca o período de carência para o pagamento do cupão das euro-obrigações com vencimento a 11 de Dezembro
  • O País já iniciou conversações de reestruturação com os detentores de obrigações

A Etiópia tornou-se no mais recente incumpridor de África depois de não ter efectuado o pagamento de juros após o fim de um período de carência na segunda-feira, 25 de Dezembro, tinha de pagar um cupão de 33 milhões de dólares em 11 de Dezembro. 

De acordo com a “Reuters” que avançou com a informação,  governo etíope não quis efectuar o pagamento porque “quer tratar todos os credores da mesma forma”, cita, dAhmed Shide, Ministro das Finanças, falando na televisão estatal na quinta-feira, 21 de Dezembro.

Hinjat Shamil, Conselheiro Sénior para as reformas no Ministério das Finanças, confirmou na segunda-feira, 25 de Dezembro, que o pagamento não foi nem será efectuado. A Etiópia chegou a um acordo com os credores bilaterais no mês passado para suspender o pagamento da dívida.

O incumprimento coloca a Etiópia entre um número crescente de países em desenvolvimento que não pagaram as euro-obrigações nos últimos anos, incluindo a Zâmbia, o Gana e o Sri Lanka.

Segundo informações da Reuters, na sua contraproposta de reestruturação, o Governo pediu aos detentores de obrigações que prolongassem o prazo de amortização de Julho de 2028 até Janeiro de 2032 e que reduzissem o cupão para 5,5% dos actuais 6,625%. No entanto, o valor nominal deverá manter-se em mil milhões de dólares, o que significa que os credores não terão de engolir o chamado “corte de cabelo” nas suas participações.

No início deste mês, um comité ad hoc de detentores de obrigações afirmou que considera a decisão de não efectuar o pagamento “desnecessária e infeliz”.

A Etiópia está a tentar renegociar as suas obrigações através do Quadro Comum do Grupo dos 20, que começou a ganhar força depois de a Zâmbia e o Gana terem feito progressos na reestruturação das suas dívidas. Este quadro permite coordenar o alívio da dívida dos credores públicos e privados, para estabelecer normas de tratamento da dívida.

A nação chegou a um acordo de princípio com credores bilaterais para suspender o pagamento da dívida, tendo procurado reformular seus passivos desde 2021, quando uma guerra civil na região norte de Tigray azedou o sentimento dos investidores e minou o crescimento económico.

SUBSCREVA O.ECONÓMICO REPORT
Aceito que a minha informação pessoal seja transferida para MailChimp ( mais informação )
Subscreva O.Económico Report e fique a par do essencial e relevante sobre a dinâmica da economia e das empresas em Moçambique
Não gostamos de spam. O seu endereço de correio electrónico não será vendido ou partilhado com mais ninguém.