
Existência de alternativas de financiamento é crucial
Agravam-se as condições de financiamento das empresas
- Sector privado defende necessidade de melhoria do quadro legal para que fundos de investimento privado possam operam em Moçambique;
- Empresas consideram crucial a existência de alternativas de financiamento, “sendo que o papel do mercado de capitais afigura-se instrumental neste processo”.
Numa altura em que o custo de financiamento pelas vias tradicionais tendem a ser cada vez mais insustentáveis para a maioria do tecido empresarial nacional a Bolsa de Valores e o Mercado de Capitais, vai sendo cada vez mais considerada como a alternativa mais sustentável para as diferentes necessidades de financiamento empresarial
O empresariado nacional faz notar que as condições de financiamento por via dos canais tradicionais, designadamente, através da banca comercial, tendem a se tornar cada vez mais exigentes em temos de custo, com a prime rate do sistema financeiro moçambicano actualmente está em 22,50% e com perspectivas de aumentar em 200 pontos bases nos próximos meses, ao mesmo tempo que as necessidades de financiamento visando a recuperação da economia face aos impactos da COVID-19 e outras adversidades tenderem a se tornar cada vez maiores.
O líder do sector privado, Agostinho Vuma, intervindo, na Conferência Internacional sobre Mercado de Capitais e Bolsa de Valores, realizado no passado dia 27, na cidade de Maputo, disse que embora o contexto actual esteja a ser caracterizado por uma tendência de recuperação empresarial, persistem desafios significativos.
É face a este quadro, que as empresas consideram crucial a existência de alternativas de financiamento, “sendo que o papel do mercado de capitais afigura-se instrumental neste processo”.
Depois de referir que o sector privado tem acompanhado os esforços da Bolsa de Valores de Moçambique, na criação de soluções para a minimização dos constrangimentos que limitam a adesão das PMEs ao mercado de capitais, sendo exemplos disso, a criação do “Segundo Mercado” em 2010 e, mais recentemente, em 2019, o “Terceiro Mercado”, um mercado preparatório criado para facilitar a entrada das PMEs na Bolsa de Valores,
A CTA, entanto que membro do Comité Técnico do Terceiro Mercado, diz que tem testemunhado o fluxo de PMEs para registo nessas facilidades.
“Estes dois mercados foram configurados especificamente para tornar a adesão das PMEs na BVM mais simples e ajustada as condições deste segmento empresarial, que constitui 98% do empresariado nacional”, relembrou Agostinho Vuma.
Para o sector privado, a criação destes mercados, abriu espaço e canais de acesso ao nível da sua dimensão e das suas condições, em termos que possibilitem as PME’s tirar partido das vantagens que o mercado de capitais oferece.
Mas, segundo Agostinho Vuma, “o quadro legal deve melhorar para permitir que fundos de investimentos privados possam operar em Moçambique”