Fintechs e Bancos em África: Parcerias digitais como chave para a inclusão financeira

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A revolução digital está a transformar a economia global, e África está no epicentro desta mudança no sector financeiro. Segundo o relatório Finance in Africa do European Investment Bank (EIB), o continente é agora lar de mais de 1.263 fintechs activas, com foco na inclusão financeira e inovação. Contudo, desafios como a falta de infra-estruturas e quadros regulamentares inadequados limitam o impacto destas empresas, sublinhando a necessidade de colaborações mais profundas com os bancos tradicionais.

O crescimento das fintechs em África
Desde 2020, o número de fintechs em África quase triplicou. Empresas como a Flutterwave na Nigéria e a Jumo na África do Sul destacam-se como líderes na oferta de soluções de pagamento e crédito. Este crescimento é impulsionado por uma necessidade crítica: mais de 50% da população africana continua sem acesso a serviços financeiros básicos.

Concentração regional e desafios de expansão
Cerca de 70% das fintechs estão concentradas em quatro países – Nigéria, África do Sul, Quénia e Egipto –, que também recebem a maioria dos investimentos no sector. A falta de infra-estruturas digitais e quadros regulamentares em mercados menores dificulta a expansão das operações para outras partes do continente.

Parcerias entre Fintechs e Bancos: Uma estratégia necessária
Embora inicialmente vistas como concorrentes, as fintechs e os bancos tradicionais têm formado parcerias estratégicas. Estas colaborações, foram identificadas pelo estudo do EIB, relacando que tais, oferecem vantagens mútuas, designadamente, pela via da expansão da base de clientes, na medida em que, as fintechs ajudam os bancos a alcançar clientes não cancerizados, especialmente em áreas rurais. Pela melhoria na experiência do cliente, pela administração de soluções digitais, como pagamentos móveis, reduzem custos e simplificam transacções e, ainda, pela digitalização no sector bancário que, segundo o “Africa Finance”, cerca de 87% dos bancos em África estão a investir em formação para equipas de gestão, de forma a acelerar a digitalização dos seus serviços. Estes esforços incluem parcerias para desenvolvimento de soluções de inteligência artificial e integração de tecnologias blockchain.

Entretanto, apesar das barreiras, o “Africa Finance”, reconhece a existência de desafios, entre os quais a prevalência de quadros regulamentares fragmentados, ou seja, a ausência de políticas uniformes está a dificultar a expansão das fintechs e das parcerias bancárias. Outro desafio pretende-se com a falta de Infra-estruturas digitais. O mesmo que dizer que, muitos países continuam a enfrentar problemas de conectividade, limitando a adopção de serviços digitais.

O EIB recomenda maior investimento em infra-estruturas digitais e o desenvolvimento de regulamentações harmonizadas para fomentar um ambiente competitivo.

O Africa Finance do EIB, infere que a digitalização está a transformar o sector financeiro africano, mas o seu potencial completo só será alcançado através de parcerias estratégicas e soluções inovadoras. O relatório do EIB sublinha que as fintechs são mais do que um fenómeno emergente – são agentes de transformação económica, com o poder de mudar radicalmente a inclusão financeira no continente.

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