FMI Revê em Alta Crescimento Global Para 2025, Mas Alerta Para Fragilidade da Retoma e Riscos Geopolíticos

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  • Economia global deverá crescer 3,2% este ano, impulsionada pelos Estados Unidos e mercados emergentes, mas recuperação permanece desigual e vulnerável a choques financeiros e tensões geopolíticas

Questões-Chave:

  • Projecção de crescimento global em 2025 revista em alta para 3,2%;
  • Economia dos EUA deverá crescer 2,6% – principal motor da revisão em alta;
  • Zona Euro com crescimento modesto de 1,3%, reflectindo recuperação desigual;
  • Mercados emergentes e em desenvolvimento registam expansão média de 4,2%;
  • China cresce 4,6%, Índia mantém forte dinâmica com 6,8%;
  • Inflação global em tendência de desaceleração, mas permanece acima da meta em várias economias;
  • FMI alerta para riscos de fragmentação geoeconómica, aperto prolongado das condições financeiras e vulnerabilidades fiscais nos países em desenvolvimento.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu ligeiramente em alta as projecções de crescimento da economia global para 2025, estimando agora uma expansão de 3,2%, face aos 3,1% previstos em Abril. A actualização, publicada esta semana, reflecte uma performance acima do esperado nos Estados Unidos e uma resiliência moderada nos mercados emergentes. No entanto, o FMI alerta que a retoma global permanece desigual, frágil e vulnerável a riscos significativos, sobretudo geopolíticos e financeiros.

A revisão do crescimento global reflecte em grande medida o desempenho da economia norte-americana, cuja previsão de crescimento para 2025 foi ajustada para 2,6% (mais 0,3 pontos percentuais). O FMI destaca o consumo privado robusto, o mercado de trabalho resiliente e um ciclo de política monetária mais acomodativo a partir do segundo semestre.

Na Zona Euro, a previsão é de crescimento moderado de 1,3%, com países como Alemanha, França e Itália ainda a recuperar dos choques energéticos e da desaceleração industrial. As condições financeiras restritivas e a inflação persistente também limitam a retoma plena no bloco europeu.

Já os mercados emergentes e em desenvolvimento deverão crescer em média 4,2%, com destaque para:

  • China: crescimento projectado de 4,6%, com riscos descendentes relacionados à fragilidade do sector imobiliário e à baixa confiança do consumidor;
  • Índia: expansão sólida de 6,8%, sustentada pelo investimento público e pelo dinamismo do sector tecnológico;
  • Brasil e México: crescimento mais modesto, impactado por taxas de juro elevadas e desaceleração da procura externa.

A inflação global deverá continuar a desacelerar, com taxas projectadas de 4,7% para economias avançadas e 7,4% para mercados emergentes, ainda acima das metas das autoridades monetárias. O FMI reconhece avanços na normalização dos preços, mas adverte para potenciais reversões, caso haja novos choques energéticos ou agravamento das tensões comerciais.

Riscos Sistémicos e Recomendações do FMI

O relatório enfatiza que o crescimento revisto não significa uma retoma segura. Pelo contrário, o FMI aponta riscos crescentes à estabilidade económica global:

  • Fragmentação geoeconómica e guerra comercial entre blocos;
  • Aperto prolongado das condições financeiras globais;
  • Endividamento excessivo e vulnerabilidades fiscais nos países de baixo rendimento;
  • Impactos climáticos extremos e insegurança alimentar em várias regiões.

O Fundo defende uma combinação de políticas fiscais prudentes, flexibilidade monetária ancorada em metas de inflação e reformas estruturais que promovam a produtividade, o investimento e a inclusão económica.

Optimismo Moderado com Avisos Relevantes

A ligeira melhoria nas projecções do FMI para 2025 não deve ser interpretada como um sinal de euforia. O cenário global continua exposto a incertezas e rupturas potenciais. O desafio para os decisores políticos será manter o crescimento, reduzir a inflação e, simultaneamente, reforçar a resiliência das suas economias.

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