
Grupo ETG arrastou o Financial Times, a Bloomberg, a Reuters e a Lusa, entre outros, para o “fake news” – A Carta
- Afinal a comunicação social foi enganada na saga do feijão bóer. O que está em causa não é o feijão bóer, mas sim a soja geneticamente modificada é que criou “barulho” entre o Grupo ETG e o Grupo Royal Limitada (RGL), em que a firma moçambicana exige da indiana uma compensação de US$ 60 milhões, pois considera que funcionários daquela multinacional causaram-lhe prejuízos equivalentes na Índia (através dessa denúncia, posteriormente desmentida judicialmente.
De acordo com a “Carta de Moçambique”, em publicação de segunda-feira, 05/11, os Jornais e agências de prestígio mundial, como o Financial Times, a Bloomberg, a Reuters e a Lusa, normalmente vigilantes contra narrativas falsas, caíram levianamente na fita.
Um levantamento feito por “Carta de Moçambique” registou uma forte presença mediática em todo o mundo de narrativas favoráveis ao Grupo ETG, geralmente pintado como vítima de um alegado cartel moçambicano com centro no Royal Grupo Lda.
Depreende-se que, com sua pujança económica, o ETG consegue passar facilmente na mídia mundial todas as suas narrativas, mas muitas das vezes isso não acontece sem deturpação da verdade.
O último episódio foi há pouco mais de duas semanas (dias 17 e 18 de Janeiro), quando 250 contentores embarcados pelo Grupo Royal no navio UBENA da CMA iriam partir para a Índia carregados de feijão holoco. Três providências cautelares interpostas pelo Grupo ETG em tribunais de Nampula fizeram com que, ao invés da mercadoria partir para a Índia, um processo de averiguação minuciosa tivesse lugar para se comprovar a suspeita do ETG: a de que o Grupo Royal estava a exportar seu feijão bóer e outras mercadorias arrestadas pela Justiça em Dezembro e confiados ao RGL como seu fiel depositário.
Na sexta-feira, 17 de Janeiro, 15 contentores do RGL foram descarregados e verificados minuciosamente por entidades judiciárias, portuárias, marítimas e alfandegárias (incluindo os representantes legais do ETG e do RGL), mas o resultado foi completamente nulo. Ou seja, não foi encontrado nenhum indício da mercadoria arrestada.
Mas, ao longo desse dia, o noticiário favorável ao ETG marcou as parangonas. Jornais e agências de craveira mundial foram induzidos ao “fake news”. A agência portuguesa Lusa, que investe muito contra o “fake news”, intitulava “Moçambique: Tribunal cancela saída e trânsito de feijão bóer apreendido ao ETG por concorrente”.
O artigo em inglês noticiava, erradamente, que o Tribunal Marítimo da Província de Nampula cancelou a saída de contentores que transportavam feijão bóer e outros produtos apreendidos ao conglomerado ETG em Moçambique, que um concorrente pretendia exportar, segundo uma decisão a que a Lusa teve hoje acesso. Nada mais que “fake news”. Não houve nenhuma tentativa de exportação de feijão bóer arrestado por parte do Grupo Royal, nem o Tribunal fez tal informação.
“O texto acrescentava: Em causa está um litígio que se arrasta há meses e que já levou o ETG, que solicitou a intervenção do Presidente da República, a interpor uma providência cautelar, num processo judicial sobre a apropriação da sua carga, no porto de Nacala, pelo concorrente Royal Group Limitada (RGL)”. Não houve apropriação da carga do ETG, mas apenas um arresto judicial.
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