
HCB quer manter relevância regional, planos em curso para aumentar capacidade de produção
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) quer incrementar a capacidade produtiva de energia, situada em quase 2075 megawatts (MW), com os olhos postos no atendimento das crescentes necessidades energéticas do País, ao mesmo tempo que conserva o seu posicionamento como referência na exportação nos próximos sete anos, para o mercado da África Austral.
Para o efeito, a HCB perspectiva iniciar em meados de 2025 a reabilitação profunda dos seus equipamentos de modo a assegurar a continuidade da produção energética de forma fiável.

Falando, esta semana, no jantar de celebração dos 16 anos de aniversário de reversão ao Estado moçambicano, na Vila do Songo, o Presidente do Conselho de Administração da HCB, Tomás Matola, explicou que este é “o principal foco da empresa actualmente”, isto é, atender as necessidades do país, ao mesmo tempo mantendo os níveis de exportação.
“As exportações são boas para o País, pois trazem mais divisas e também tornam a empresa robusta. Por estas e outras razões, precisamos de crescer rapidamente para não ficarmos sem nada para exportar e perdermos a nossa relevância regional, pois os outros países não estão parados”, alertou.
Matola fundamentou que o projecto fotovoltaico é importante para o “Capex Vital”, pois vai minimizar a perda de cerca de 20 por cento da produção, que poderá ocorrer como resultado do processo de reabilitação a partir do segundo semestre de 2025, que implica desligar um grupo gerador em cada ano até 2030.
Garantiu, ainda, que para responder às necessidades energéticas do País e da África Austral a HCB vai reactivar os estudos em relação à Central Cahora Bassa Norte e, conseguindo as devidas autorizações dos accionistas e do Governo, até 2032 a infra- -estrutura estará operacional, consolidando a posição do País como estratégico no fornecimento de energia na região.
A Hidroelétrica de Cahora Bassa atingiu em 2022 a maior produção eléctrica dos últimos cinco anos com 15.753,5 GigaWatt-hora (GWh), representando um crescimento de 5,1 por cento, em relação a 2021, segundo dados do relatório e contas.
De acordo com o mesmo documento, o pico de produção da hidroeléctrica, em 2022, compara-se ao verificado em 2015, quando atingiu a produção total de 16.978,4 GWh.
“Como corolário da performance operacional, em 2022, a HCB arrecadou receitas acima de 27 mil milhões de meticais. Cerca de 2.700 milhões de meticais foram canalizados para o Estado em forma de ‘fees’ de concessão, aproximadamente 5.100 milhões de meticais em forma de impostos e mais de 3.700 milhões de meticais de dividendos foram pagos aos accionistas da série A e B, valores acima da percentagem recomendada pelos estatutos da empresa”, lê-se no documento.
A HCB fechou o ano de 2022 com 780 trabalhadores e lucros de 9.207 milhões de meticais, um aumento de 9,3 porcento face a 2021.
“O 27 de Novembro’, Dia da Reversão, representa um marco de reflexão sobre o desempenho de Cahora Bassa que, diga-se, tem sido excelente e demonstra o seu papel preponderante como dinamizador e âncora da matriz energética nacional e regional, bem como do desenvolvimento de Moçambique, assentes na contribuição que presta a economia, no pagamento de impostos, taxas e dividendos que concorrem para o desiderato da materialização dos projectos do Estado”
A operação comercial da barragem teve início em 1977, com a transmissão dos primeiros 960 MegaWatts (MW), produzidos por três geradores, face à actual capacidade instalada de 2.075 MW, segundo dados da HCB.
Dois marcos tornaram depois possível a ‘moçambicanização’ do empreendimento, após a independência de Moçambique, recorda a empresa.
O primeiro ocorreu em 31 de Outubro de 2006, com a assinatura do protocolo que continha as condições necessárias para a reversão e a transferência do controlo de Portugal para o Estado moçambicano, e o segundo materializou-se um ano depois, com a conclusão da reversão, em 27 de Novembro de 2007.
O acordo de reversão da HCB permitiu que o controlo da barragem passasse do Estado português para a contraparte moçambicana, num acontecimento descrito pelo então chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, como “segunda independência de Moçambique”.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre as margens, ocupando cerca de 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros. A barragem está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de Junho de 1974, dando início ao enchimento da albufeira. A HCB admitiu em Agosto a “reactivação” do projecto da nova central, a norte, face à crescente demanda de electricidade na região.
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